China se mostra flexível sobre corte na emissão de gases-estufa

Segundo autoridade chinesa, será difícil, neste momento, chegar a um acordo que satisfaça a todos

Pequim (Reuters) – As negociações internacionais do final deste ano não precisam especificar os cortes nas emissões de gases-estufa para os Estados Unidos e outros países ricos, desde que indiquem negociações futuras, disse uma autoridade para política ambiental da China na terça-feira (26).

Gao Guangsheng, importante autoridade do Comitê de Coordenação Nacional para Mudança Climática da China, disse à Reuters que os negociadores presentes em Copenhague em dezembro poderão não ser capazes de chegar a um acordo completo sobre um pacto de mudança climática, e poderão em vez disso abrir o caminho para negociações mais específicas à medida que as opções políticas forem amadurecendo.

“Eu, pessoalmente, espero que Copenhague alcance um acordo com metas para os países desenvolvidos e ações específicas para os países em desenvolvimento”, disse Gao.

“Mas, no momento, a julgar pelas posições dos diversos países, será difícil chegar a um acordo que satisfaça a todos, por exemplo, com os países desenvolvidos cortando as emissões em 40 por cento.”

Numa entrevista durante um fórum de energia limpa China-EUA em Pequim, Gao indicou flexibilidade nas exigências do governo chinês para as negociações de Copenhague, que foram detalhadas em um documento divulgado na semana passada.

Essa flexibilidade poderá ser importante à medida que Pequim e Washington se esforçam para conciliar suas demandas, o que é crucial para o resultado das negociações.

Especialistas concordam que a China passou os EUA e atualmente é o maior emissor de dióxido de carbono do mundo, o principal gás-estufa produzido pela queima de combustíveis fósseis, que está retendo níveis perigosos de calor solar na atmosfera.

Pequim, no entanto, diz que os países em desenvolvimento não deveriam aceitar limites obrigatórios nas emissões a fim de solucionar um problema de aquecimento global causado ao longo dos séculos pelos países ricos, ainda responsáveis por uma emissão per capita muito maior do que a dos países mais pobres, como China.

Em suas demandas formais para Copenhague, a China disse que os países desenvolvidos deveriam se comprometer a reduzir as emissões de gases-estufa em 40 por cento dos níveis de 1990 até 2020.

Mas Gao afirmou que esse número era uma meta geral para todos os países desenvolvidos, e que os cortes específicos a serem adotados poderiam ser negociados em Copenhague e no futuro.

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