Blasfêmia: quem comete o pecado da privatização da água deveria renunciar
Com a privatização, Jesus dirá: “Tive sede e vocês tentaram vender água pra mim, mas, como eu não tinha dinheiro, morri de sede”
Publicado 28/06/2020 - 13h37
Jesus disse que iria julgar as nações baseado em suas políticas públicas. Uma das prioridades listadas por ele, como carentes de uma política pública que otimize a sua distribuição, foi a água.
Ele disse que um dos critérios que usaria para julgar se uma nação seria ou não digna de continuar na história, seria a sua política pública sobre a distribuição da água.
Jesus, de fato, falava de um projeto de saneamento básico que garantisse a água potável, de graça, para todo mundo.
Ele ilustrou isso com a frase: tive sede e vocês me deram de beber!
Bem, se a proposta dos senadores, chamada de marco do saneamento for sancionada, certamente, o Brasil, frente ao juízo de Jesus, perderá o direito de continuar na história.
Porque se Jesus tiver de julgar ao Brasil, a partir dessa proposta de lei, ele dirá: tive sede e vocês tentaram vender água pra mim, mas, como eu não tinha dinheiro, morri de sede.
A bem da verdade, o programa de saneamento, vigente no Brasil, já coloca a nação sob risco de condenação frente ao juízo de Cristo. Agora, ao colocar a água sob a lógica do mercado, transformando-a em mais uma mercadoria a ser vendida dentro da lógica da lucratividade, o Senado garante a condenação do Brasil, isto é, garante que o Brasil perderá o direito de continuar na história.
A água é um bem universal, o acesso à água é um direito inalienável de todo ser humano, e de toda criatura que precise ser dessedentada.
A água sempre foi tratada como um elemento sagrado por todas as confissões religiosas.
O que o Senado está propondo é uma blasfêmia, uma ofensa direta o próprio criador, e blasfêmia é um pecado para o qual não há perdão.
O Senado ao invés de propor um avanço que propiciasse a universalização e a gratuidade do tratamento de esgoto, para garantir o acesso a água potável – o que aprimoraria a política ambiental do Brasil, no que tange a recuperação dos mananciais, proteção das matas ciliares e despoluição dos rios – propôs uma blasfêmia!
Blasfêmia não tem perdão!
Estes senadores, certamente, não foram movidos pela autoridade que emana do povo. Possivelmente, estavam a serviço de um tipo de pessoa que não vota no Brasil, a pessoa jurídica, pelo menos não vota na urna que deveria ser indevassável.
Esses senadores deveriam renunciar aos respectivos mandatos, para que pudéssemos eleger representantes do povo.