Diário do Bolso

Demiti o Decotelli. Eu sempre menti mais que todo mundo, mas pegaram o cara muito rápido

Mentira nunca foi uma cuestão para mim, sempre menti mais que todo mundo. Mas não pode ser desmascarado no primeiro dia que nem o Decotelli, pô!

Diário, mandei o Decotelli embora. Não porque ele mentiu, mas porque pegaram o cara muito rápido. 

Mentira nunca foi uma cuestão para mim, que eu sempre menti mais que todo mundo. Mas não pode ser desmascarado no primeiro dia. Isso é uma arte, pô! 

Na minha turma tem um monte de gente que mente. Mas ninguém mais do que eu, kkk! 

Por exemplo: 

O Ricardo Salles disse que estudou em Yale. Eu disse “Não vou negociar com o Centrão”.

A Damares falava que era doutora. Eu falei “Vai ser só uma gripezinha”.

O Guedes jurou de pé junto que “O Brasil estava decolando antes da covid”. No Jornal Nacional, cara a cara com o Bonner, eu jurei: “Minha família é limpa!”

O Wassef disse numa entrevista que não conhecia o Queiroz. Eu disse que não se  morria de fome no Brasil.

O Queiroz falou: “Ganhei dinheiro vendendo carro”. Eu falei que ia divulgar os gastos do cartão corporativo, kkk! 

O presidente da Embratur e o Dudu disseram que tinham “inglês fluente”. Eu disse que o governo Lula era “antiamericano”.

O Flávio falou que era “contra o foro privilegiado”. Eu também, kkk!

O Osmar Terra afirmou, em maio, que a epidemia terminava em junho. Eu, em abril, falei: “O coronavírus já está indo embora do Brasil”.

O Olavo de Carvalho disse: “Bolsonaro é um administrador mais honesto e eficiente que mil Lulas, Dilmas e Efeagás”. Eu sempre chamo ele de filósofo, kkk!

Enfim, Diário, no tocante à mentira, isso não é problema pra mim. Mas não pode ser pego tão rápido, antes mesmo de tomar posse. Ou de se eleger. 

Não é verdade?

@diariodobolso


Diário do Bolso 3 – 500 dias no quinto dos infernos

Sairá em julho o terceiro volume do Diário do Bolso. Trata-se de uma seleção das crônicas publicadas por José Roberto Torero na página Diário do Bolso, do Facebook, e também em alguns sites, como a Rede Brasil Atual. Os textos simulam um hipotético diário do presidente Bolsonaro.

O livro está sendo financiado no formato crowdfunding. E não terá o formato tradicional. O Diário do Bolso 3 – 500 dias no quinto dos infernos não será impresso em papel. Isso evitará idas ao correio, desinfetar pacotes etc. Em vez disso, os apoiadores receberão um PDF que poderá ser lido em qualquer computador ou celular. Além disso, o arquivo será em cores e terá várias charges de Ivo Minkovicius. Se fosse feito em e-book, a edição seria, para a maioria dos leitores, em P&B.

Assim, o preço do livro será bem menor que o anterior, que custava R$ 33. Quem participar da campanha na plataforma Catarse, que vai até o dia 13 de julho, pagará apenas R$ 10. E poderá piratear o livro à vontade, já que o desejo do autor é que o livro seja lido pelo maior número possível de pessoas.

O Diário do Bolso 3 abrange do tricentésimo-primeiro ao quingentésimo dia de governo, período no qual o capitão fez mais bobagens e absurdos do que nos 300 dias anteriores. Houve a briga com Mandetta, a turbulenta saída de Moro, a “gripezinha”, a cloroquina, o novo partido, o “I love you” para o Trump, o discurso nazista, a Regina Duarte, os erros do Weintraub, as leis sobre armamentos, as fake news, as rachadinhas, o Carioca, a morte do miliciano Adriano, a reunião dos palavrões, os panelaços e os irresponsáveis rolezinhos que foram responsáveis por milhares de mortes.

O link da campanha é este: https://www.catarse.me/DiariodoBolso3?ref=project_link