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Com verborragia violenta, governo tenta destruir a sociedade civil organizada

No programa "Bom Para Todos", ativistas negros alertam sobre as violações de direitos humanos e o fortalecimento do racismo estrutural

TVT/REPRODUÇÃO
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O ativista Douglas Belchior lembra que é preciso restabelecer um Estado que respeita a democracia e a Constituição Federal de 1988. 'O governo quer destruir a sociedade civil organizada'

São Paulo – O governo Bolsonaro não respeita as convenções internacionais, os direitos humanos, muito menos a vida da população negra. De acordo com Douglas Belchior, educador da Uneafro e integrante do Fundo Brasil de Direitos Humanos, o presidente usa o discurso violento para desmobilizar a sociedade. “Não podemos permitir que governantes continuem a construir uma narrativa que leve o Brasil a uma verborragia violenta”, criticou.

O ativista lembra que é preciso restabelecer um Estado que respeita a democracia e a Constituição Federal de 1988. “É necessário um controle social das polícias e da política de segurança. Porém, estamos num momento contrário a isso, o governo quer destruir a sociedade civil organizada. Esses são pressupostos importantes que precisamos recuperar”, alertou, durante o programa Bom Para Todos, da TVT.

Na avaliação de Daniel Teixeira, advogado e coordenador de projetos do Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades, a sociedade tem uma vivência democrática curta, o que faz as instituições governamentais carregarem um olhar de conflito com a sociedade. “Isso cria o direito penal do inimigo, onde se elege uma figura inimiga do Estado, através dos estereótipos. No Brasil, ele tem cor“, criticou.

Para tentar reverter esse quadro, o advogado crê que é preciso de uma sociedade mais atuante, a partir de um novo modelo social. “Não favorece ninguém esse modelo de faroeste, essa ideia de excludente de ilicitude, num país onde a taxa de homicídio é alta. Isso precisa ser uma discussão da sociedade, não só dos negros, e precisamos entender isso”, afirmou.

Já Debora Maria, líder do Movimento Mães de Maio, acrescenta que o atual modelo de sociedade, defendido por Bolsonaro, apenas resulta em mais corpos empilhados. Ela lamenta que a periferia nunca deixou de viver a ditadura, pois a pena de morte ainda está presente.

“Nós tentamos falar com o presidente da República (Jair Bolsonaro), quando era deputado,  mas não tem conversa com ele. É uma ignorância. Nós não éramos aceitos pela bancada evangélica, eles não apoiavam o fim do auto de resistência, mesmo com o apoio da bancada da bala. Que Deus é esse que se alimenta dos sangues do nosso filho?”, questionou ela.

Assista ao programa Bom Para Todos, da TVT

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