Gestão Bruno Covas

Trabalhadores da assistência social em São Paulo denunciam falta de EPI contra coronavírus

Servidores que atuam na linha de frente em meio à pandemia de coronavírus não têm equipamentos básicos para trabalhar e estão sob risco de contágio

Secom
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Trabalhadores da Assistência Social da capital paulista reclamam da falta de EPI para desenvolver o trabalho na pandemia

São Paulo – Servidores públicos municipais responsáveis pela assistência social na capital paulista têm trabalhado mesmo sem as condições adequadas para lidar com o cenário de pandemia mundial. Esses trabalhadores essenciais, que amparam diversas áreas e atuam na linha de frente de combate à covid-19, como centros de acolhida para pessoas em situação de rua e atendimento a crianças e adolescentes, reclamam que não recebem a quantidade suficiente de equipamentos de proteção individual (EPIs) nem material de higienização como álcool em gel e sabão líquido, que deviam ser distribuídos pela Secretaria Municipal da Assistência e Desenvolvimento Social (Smads).

Uma funcionária – que prefere não se identificar – contou à reportagem da RBA que esta situação vem se agravando desde março e que os funcionários terceirizados são os mais prejudicados. “Nós temos uma dificuldade com os terceirizados da nossa secretaria: os cadastradores do Bolsa Família, os guardas de patrimônio, o pessoal da limpeza e os motoristas. Desde o mês passado a gente insiste com a Smads que deve conversar com os contratantes terceirizados para que esses funcionários tenham os EPI. Até hoje eles não receberam nada. Os supervisores de cadastradores obrigaram eles a assinar um papel de recebimento de EPI sendo que eles não receberam em quantidade suficiente”, disse.  

A trabalhadora ainda complementa que as casas de atendimento são pequenas e não seguem as recomendações de prevenção. “O que a gente percebe é que as casas onde os serviços estão instalados não são casas muito grandes para comportar todos os trabalhadores que atuam nesses equipamentos. A recomendação é que precisaria manter dois metros de distância entre cada trabalhador e as salas não estão preparadas para esse distanciamento. Além disso, tem casas que não têm área ventilada para que a gente possa atender as pessoas”, explicou.

João Gabriel, vice-presidente do Sindicato dos Servidores Municipais de São Paulo (Sindsep), que recebe inúmeras denúncias diariamente, comentou que continua tentando dialogar com a secretaria para que sejam tomadas medidas de proteção aos trabalhadores.

“Já tivemos inúmeras tentativas de diálogo e de negociação com a secretaria. Não desistimos de buscar essas negociações. Inclusive, nós vamos ter na sexta-feira uma reunião com a secretaria novamente, mas é com relação aos equipamentos de proteção, a garantia de teste para os trabalhadores, que a prefeitura insiste em não fornecer. E nós vamos continuar incentivando os trabalhadores que denunciem as condições de trabalho precárias a que estão submetidos. A gente sabe que existe muita pressão, muito assédio moral, mas a gente entende que é necessário que os trabalhadores denunciem as condições de insegurança”, afirmou.

O Conselho Municipal de Assistência Social (Comas) tem se manifestado contra essa falta de atenção da secretaria. Tamara Cereja, membro do conselho, relatou que o posicionamento do coletivo é enfático sobre a segurança dos funcionários e dos usuários. A posição do Comas tem sido contundente em que a secretaria garanta as condições de trabalho e as condições para o atendimento dos usuários. O conselho é radicalmente contra essa situação, tem se posicionado com recomendações à secretaria, para que ela garanta as condições de trabalho para o atendimento aos usuários, garanta o atendimento dos usuários”, afirmou.  

Confira a reportagem de Larissa Bohrer, da Rádio Brasil Atual:


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