Defensor dos indígenas

Estável, Casaldáliga é transferido para hospital no interior paulista

Bispo de 92 anos está internado com problemas respiratórios, mas não contraiu a covid-19. Hoje, morreu o cacique Aritana

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Com 92 anos, completados em fevereiro, Casaldáliga chegou ao Brasil em 1968

São Paulo – O bispo emérito de São Félix do Araguaia (MT), dom Pedro Casaldáliga, foi transferido na noite de ontem (4) para Batatais, no interior paulista. Ele foi internado na semana passada com problemas respiratórios. Exames mostraram que ele não tem a covid-19. Aos 92 anos, o religioso sofre há década e meia do mal de Parkinson. Ou o “irmão Parkinson”, como ele diz.

Ainda ontem, sua morte chegou a ser noticiada, obrigando a desmentidos de várias fontes, inclusive da Prelazia de São Félix e da jornalista Ana Helena Tavares, autora da biografia Um bispo contra todas as cercas – A vida e as causas de Pedro Casaldáliga, lançada em 2019. Segundo a Prelazia, se decidiu pela transferência devido à melhor estrutura hospitalar de Batatais – ele está na UTI da Santa Casa.

Nascido em 16 de fevereiro de 1928 em Balsareny, pequena aldeia na província de Barcelona, o bispo catalão pertence à congregação dos claretianos. Ele chegou ao Brasil em 1968, para organizar uma missão em São Félix. Desde então, abraçou a causa dos pobres, camponeses, trabalhadores e indígenas. Por isso, recebeu várias ameaças de morte, o que nunca o intimidou. Ele foi um dos fundadores do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) e da Comissão Pastoral da Terra (CPT).

Aritana

Morreu nesta quarta-feira (5) em Goiânia o cacique Aritana, líder do povo Yawalapiti. Estava internado, inicialmente na cidade de Canarana (MT), com a covid-19, que avança entre os índios brasileiros. Aos 71 anos, ele era referência do povo indígena na região do Xingu e em todo o país.