Após 13 anos sem resultado, obras do metrô de Salvador vão para governo estadual

Governador Jaques Wagner e prefeito ACM Neto chegam a consenso depois de contornar impasse sobre tarifa dos ônibus que farão integração com o metrô da capital baiana

Jaques Wagner (direita) considera que a nova gestão será mais rápida e promete entrega para 2014 (Foto: Manu Dias. governo da Bahia)

São Paulo – Depois de vários adiamentos e ameaças de impasse, o governador Jaques Wagner (PT) e os prefeitos de Salvador, Antônio Carlos Magalhães Neto (DEM), e do município de Lauro de Freitas, Márcio Paiva (PP), assinaram no início da tarde de hoje (22) contrato do chamado Programa de Viabilização do Metrô, cujas obras começaram em 2000 e ainda não têm um quilômetro entregue.

Foi assinada a transferência para o governo da Bahia da administração da Companhia de Transporte de Salvador (CTS), responsável pelos trens do subúrbio e pelo metrô. O contrato prevê que o estado se encarregue de concluir a Linha 1 do metrô (Lapa a Pirajá) e a implementação da Linha 2 (da avenida Paralela a Lauro de Freitas), além de definir as regras de gestão.

De acordo com a assessoria do governador, um trecho da linha 1 (até o bairro Retiro) ficará pronto antes da Copa do Mundo de 2014. A linha 1 do metrô de Salvador tem 6,6 quilômetros terminados pela prefeitura. O projeto prevê mais 5,6 quilômetros nessa linha. Pelo contrato assinado com as prefeituras, o governo do estado fará mais 5,6 quilômetros para completar o ramal. O governo admite que terá de fazer uma “rechecagem” técnica do que está concluído, já que o trecho está sem utilização.

Jaques Wagner prevê que o edital de licitação do metrô seja publicado em 20 dias. Pelo edital, a linha 1 terá mais uma estação não prevista no projeto original da prefeitura: a empresa que vencer a licitação terá de fazer uma estação até o bairro Cajazeiras, que é enorme e cuja comunidade reivindica uma estação de metrô há muito tempo. Sem contar essa estação, o estado arcará com um custo total de R$ 4,2 bilhões, incluindo a finalização da linha 1 e a construção da linha 2.

O principal motivo dos adiamentos do acordo entre prefeitura e estado eram as divergências em torno da tarifa dos ônibus que serão integrados ao metrô. De acordo com o governo, o acordo definiu que a tarifa de integração entre o metrô e o sistema de ônibus soteropolitano será de R$ 1,10. A prefeitura pressionava para que a tarifa fosse de R$ 1,40. A administração da Estação Pirajá ficará sob a responsabilidade do governo estadual, enquanto a Estação da Lapa será administrada pela prefeitura.

PPP

O modelo de gestão adotado é de parceria público-privada (PPP). “Agora teremos uma gestão unificada e mais célere. Só dependíamos desse acordo para colocarmos o sistema em funcionamento”, disse o petista. “Essa ferramenta de gestão PPP já se mostrou muito eficaz em outras ações do governo, como Hospital do Subúrbio e Arena Fonte Nova. É um modelo eficiente e que vai nos ajudar a resolver o problema de mobilidade urbana de Salvador e Lauro de Freitas”, afirmou Wagner.

Após 13 anos, ainda não há previsão para o início de seu funcionamento. Agora, espera-se que entre em operação em 2014, a tempo de ser utilizado na Copa do Mundo. Salvador é uma das subsedes da competição. Há duas semanas, a presidenta Dilma Rousseff inaugurou o estádio da Fonte Nova, que receberá partidas da Copa.