São Paulo – Em seu comentário sobre a vitória do Brasil sobre a Costa Rica por 2 a 0, jogo que aconteceu na manhã desta sexta-feira (22), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que mais uma vez a seleção não jogou bem, mas que “o papel dos adversários é esse mesmo: não deixar o Brasil jogar”.

Em texto lido no programa Papo com Zé Trajano, da TVT, Lula lembrou de seu comentário sobre a partida anterior, alertando que David poderia vencer Golias, em referência ao duelo de hoje. “E quase aconteceu no jogo do Brasil contra a Costa Rica. Se a partida tivesse terminado no tempo normal, seria um empate. Graças à cera da Costa Rica, o Brasil fez seus dois gols na prorrogação.”

“Temos de reconhecer que o Brasil outra vez não jogou bem, e o Tite sabe disso. Não jogou bem porque o adversário não deixou e será assim em todos os jogos. Ninguém quer perder para o Brasil”, argumentou. “Por isso, o jogo coletivo e a criatividade dos nossos jogadores têm que prevalecer. Tivemos quase 70% de posse de bola no tempo normal, mas só marcamos na prorrogação.”

O ex-presidente fez referência aos comentários feitos pela mídia tradicional em relação à seleção brasileira. “Muitos comentaristas brasileiros oscilam entre a arrogância de afirmar que somos melhores do mundo, para depois cair na depressão de dizer que não somos de nada”, pontuou.

“Lembro da Copa de 2014. A seleção brasileira era o máximo no começo da Copa, e terminou humilhada pela seleção da Alemanha, que passou a ser tratada como se fosse a maior maravilha do mundo. A verdade é que em 2014 o Brasil não foi bem desde o início, não fez nenhum jogo bom. Ganhamos ou empatamos sempre raspando”, recordou. “Agora é a mesma coisa. Ainda não jogamos bem e o papel dos adversários é esse mesmo: não deixar o Brasil jogar. Se quisermos ser campeões do mundo, temos que apresentar um futebol superior ao que mostramos nos dois primeiros jogos.”

Lula também mencionou o choro do principal jogador da equipe após a partida. “A responsabilidade é grande, e a emoção também. A cena do Neymar chorando é a demonstração do estado psicológico de um jogador que carrega nas costas a responsabilidade de ser o melhor do time. Não pode continuar assim”, opinou. “O Neymar não é obrigado a bater todas as faltas nem todos os escanteios. Na minha opinião, ele tem que ficar perto da área do adversário para pegar os rebotes. E faltas, só aquelas com possibilidade de cruzar na área. Para bater faltas, temos outros. O Philippe Coutinho é especialista.”

“Podemos até ter menos tempo de bola nos próximos jogos, mas precisamos acertar o gol. Aí, as vitórias virão”, concluiu.