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Vitalidade

Alimento lindo. Alimento vivo. Mais energia para você

Alimentação crua e viva é algo a mais que vegetarianismo. É vitalidade física, mental, emocional e espiritual, essencial em tempos de coronavírus

Arte RBA
Arte RBA

Estou caminhando para a minha quarta transição alimentar. Há nove anos, saí do onivorismo para o vegetarianismo (entre as proteínas animais, ainda comia ovo e latícinios). Onze anos depois, tornei-me vegana, ou seja, tenho uma alimentação completamente baseada em plantas (o que inclui queijos, doces, e tudo o que imaginamos “impossível sem leite de vaca”). 

Em outubro de 2019, iniciei os estudos sobre a alimentação viva e crua. O que me fez sentir e vivenciar pela primeira vez “a revolução”. Pelo menos, a revolução que eu quero: baseada na alegria e no amor para consigo e entre os seres (pode não parecer, mas é redundante este querer, porque indissociáveis). O veganismo já dá esse gostinho, mas a alimentação crua e viva é algo a mais. É vitalidade física, mental, emocional e espiritual.

Fiz o teste por uma semana, durante apenas meio período do dia, e fui tomada por uma alegria constante, por uma confiança “nunca vista na história desse país”, e por uma energia que me fazia sentir como uma pipoquinha. Pudera, 50% do que comia era feito de puro sol.

Biogenia

Existem várias linhas desse tipo de alimentação, mas a que estou me aprofundando é a chamada Biogênica, baseada em conhecimentos milenares e aplicadas por Essênios e Sumérios.

Há evidências de que João Batista e Jesus Nazareno também seguiam os preceitos de uma nutrição primordialmente baseada na vitalidade dos alimentos. A biogenia inclui práticas de limpezas internas, como o enema. Mas aqui, vamos focar na alimentação.

Edmond B. Szèkely, filósofo húngaro, membro fundador da Sociedade Biogênica Internacional, além de autor de vários best sellers sobre o tema, criou uma divisão simples para identificarmos o poder de vida dos alimentos. São eles:

Biogênicos: Alimentos que geram a vida. São a base ideal da nossa alimentação. São os grãos, os cereais, as leguminosas, as ervas e hortaliças germinados ou em forma de brotos. No início do crescimento as plantas são extremamente ricas em substâncias que reforçam a vitalidade das nossas células e permitem a regeneração constante (vitaminas, minerais, oligoelementos, aminoácidos, enzimas, hormônios vegetais etc).

Bioativos: Alimentos que ativam a vida. Frutas, ervas, hortaliças, legumes e cereais. São consumidos maduros, crus e bem frescos. Os cereais são deixados de molho em água e moídos. Os alimentos biogênicos e bioativos são considerados vivos, destinados pela natureza a assegurar a vida e o bem-estar do ser humano. Seu consumo traz vitalidade e energia em qualquer idade. A sensação é de comermos sol, traz muita energia. 

Bioestáticos: Alimentos que diminuem a vida, porque tiveram sua energia vital diminuída pelo tempo (alimentos crus estocados), pelo frio (refrigeração, congelamentos) ou pelo calor (cozimento). Seu consumo garante o funcionamento mínimo de nosso organismo, sem fornecer substâncias que permitam a regeneração das células. 

Biocidas: alimentos que tiram a vitalidade, pois tiveram sua energia vital destruída por processos físicos ou químicos de refinação, conservação ou preparação. 

Desapegando

Como vocês podem ver pelas “diretrizes”,  é necessário desapegar de vários conhecimentos prévios sobre a comida, vínculos afetivos que foram estabelecidos com certos preparos, enfim, todo um mundo novo.

Por isso, decidi que minha transição será lenta e gradual. Ainda como (uns 30%, pelo menos) e produzo alimentos cozidos na Ayá, mas já dá para ver que é um caminho a seguir. E é aqui que você entra: compartilho o guiazinho abaixo convidando você a se desafiar e conhecer um caminho novo, sabores novos e sentimentos renovados.  

Guia básico

Esse guiazinho básico vai ajudar a começar a colocar a alimentação viva na sua vida e ser muito e sempre feliz (sim, é possível e a alimentação te dá essa chave de forma simples e barata):

Acordou? – jejum até meio dia. Se não quiser jejuar, coma somente frutas frescas, suco verde ou germinados.

Suco verde básico: folhas verdes (sugestões: couve, espinafre, rúcula, ora pro nobis, alface, rama da cenoura, rama da beterraba, hortelã); raízes: gengibre, cúrcuma; um tipo de germinado, pelo menos: lentilhas e trigo, por exemplo; uma ou duas maçãs, dependendo de quão doce você quer. Só. Somente só. Bate tudo no liquidificador. Coa no voal. Senta em silêncio. Respire. Agradeça. Tome em goles curtos. Meditando, rezando, cantando, elevando seus pensamentos do jeito que achar melhor. Você está bebendo sol e tomando água das entranhas da Mãe Terra. Reverencie essa oportunidade.

Germinando

Lave bem as sementes. Amendoim (com pele): oito horas na água e oito horas no ar (deixe suspenso em uma peneira, coberto com um pano). Lentilha verde: pito horas na água e oito horas no ar. Feijão azuki (ou moyashi são os mais recomendados): oito horas de água e oito horas de ar. Semente de girassol (sem casca): 12 horas de água. Aveia (flocos grossos): 12 horas de água.

Eu gosto de trocar a água depois de quatro horas. Também deixo, às vezes, mais tempo na água para a semente abrir melhor. Sinta o que é melhor fazer. Veja a vida vibrar e pulsar na sua frente.

Experimente incluir esses hábitos por sete dias, no mínimo, para sentir os efeitos. Obviamente, maneire no que for comer depois do meio-dia.

Vou ficar muito feliz se voltarem pra me contar se fizeram e o que acharam.



alimentação viva

Úrsula Ferro é jornalista de formação e cozinheira de coração. Em 2018, decidiu deixar o jornalismo um pouquinho de lado para passar um mês entre aldeias acreanas, fazendo dietas espirituais e aprendendo sobre a culinária nativa. Quando voltou dessa jornada, começou a se dedicar exclusivamente à Ayá Comidas Veganas.