Negócios em baixa

No primeiro semestre, saldo comercial brasileiro cai 10%. Vendas à China sobem

Tanto exportações como importações caíram de janeiro a junho. País já tinha visto comércio internacional encolher quase 20% em 2019

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De janeiro a junho, exportações caíram 6,4% e importações recuaram 5,2%

São Paulo – O Brasil fechou o primeiro semestre com saldo comercial (diferença entre exportações e importações) de US$ 23,035 bilhões, queda de 10,3% em relação a igual período do ano passado. Os dados foram divulgados na tarde desta quarta-feira (1º) pelo Ministério da Economia. Em 2019, o país já havia registrado retração de quase 20% na balança.

As exportações brasileiras somaram US$ 102,430 bilhões de janeiro a junho. O valor cai 6,4% na comparação com o primeiro semestre de 2019. Já as importações totalizaram US$ 79,395 bilhões, diminuição de 5,2%.

No acumulado em 12 meses – de julho a 2019 a junho deste ano –, o Brasil tem saldo de US$ 45,390 bilhões. Isso representa queda de 15,5% sobre o período imediatamente anterior. As exportações caem 8,5% e as importações, 6%.

Agropecuária sobe, indústria cai

De acordo com o governo, de janeiro a junho, sempre em comparação com igual período de 2019, o setor de agropecuária cresceu 23,8%, com base na média diária de exportação. A indústria extrativa caiu 9,6% e a de transformação recuou 15,1%. Nesse último caso, as vendas de plataformas e embarcações caíram quase na totalidade (-99,4%). Também tiveram retração as vendas de celulose (-28,6%), aeronaves e outros equipamentos, incluindo partes (-58,1%) e automóveis de passageiros (-46,5%).

Entre os blocos ou países, o primeiro semestre teve aumento das exportações para a Ásia, excluindo o Oriente Médio: 14,62%. Para a China, as vendas aumentaram 15,6%. Apenas para o Oriente Médio, a diminuição foi de 29,68%. Na Europa, diminuíram as exportações para Alemanha (-23,8%), Reino Unido (-30,3%), França (-24,9%) e Itália (-14,6%), entre outros.

Na América do Sul, a retração foi de 28,07%. Caíram as vendas para Argentina (-28,1%), Chile (-34,5%), Uruguai (-38,1%) e Colômbia (-30%). Para os aliados Estados Unidos, a exportação caiu 31,6%, acima da média da América do Norte (-26,61%). Já na África, a queda foi menor (-3,02%).

Importações

Já as importações caíram 21,72% em relação à Ásia, com retração de 15,6% no caso da China, de 38,6% na Coreia do Sul, de 31% no Japão e 31,9% no Oriente Médio. O cenário foi de queda também das importações europeias, casos da Alemanha (-26,6%), Suíça (-42,6%), Itália (-36,6%), Rússia (-41,3%) e França (-34,3%).

As importações da América do Sul caíram 37,25% no semestre. Com a Argentina, retração de 45,2%. Quedas também com Chile (-26%), Colômbia (-37,6%), Uruguai (-34,5%) e Bolívia (-35,9%). As compras de produtos dos Estados Unidos recuaram 28,1%, subindo para 49,8% no caso do México. Na África, a diminuição atingiu 45,22%.

Em 2019, a balança comercial teve superávit de US 46,674 bilhões. Esse valor representou queda de 19,6% em relação ao ano anterior (US$ 58,033 bilhões). As exportações caíram 7,5% e as importações, 3,3%.