futuro incerto

Embraer precisa de direção comprometida com trabalho a longo prazo, diz Dieese

Enquanto defende mais investimentos, técnicos alertam que o cenário atual não é bom, já que a empresa abriu PDV

Embraer
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Especialistas afirmam que a situação atual da companhia exige a busca por recursos para que possa integrar novamente os seus segmentos

São Paulo – Após o fracasso na venda da Embraer, a companhia brasileira precisa de uma direção comprometida com a reestruturação da empresa a longo prazo e evitar a repetição de erros do passado recente. A afirmação é de uma nota técnica divulgada pelo Dieese, nesta segunda-feira (3).

No texto “A Embraer continua nossa: e agora?”, especialistas afirmam que a situação atual da companhia exige a busca por recursos para que possa integrar novamente os seus segmentos. Entretanto, dependerá de uma nova segmentação da empresa.

“Dentre as lições a serem tiradas desse episódio, uma delas diz respeito à miopia que a estrutura acionária da companhia tem imposto aos seus dirigentes, que parecem ter agido como corretores de valores ou proprietários de uma startup em busca da realização de lucro rápido”, critica a nota do Dieese.

O Dieese afirma que o resgate da Embraer deve ser parte de uma estratégia de política industrial, que incentive e promova o adensamento da cadeia produtiva do setor, explorando as potencialidades da companhia para o desenvolvimento e a integração de tecnologia.

Futuro incerto

Enquanto defende mais investimentos na Embraer, a entidade alerta que o cenário atual não é bom. A companha nacional anunciou, no final de julho, que está abrindo mais um Plano de Demissão Voluntária (PDV) na planta de São José dos Campos.

Em entrevista a Glauco Faria, no Jornal Brasil Atual, nesta terça-feira (4), Renata Belzunces, economista do Dieese, afirma que, sem o socorro do Estado, os erros da empresa poderão mais uma vez acontecer, por meio de drástica redução do quadro de pessoal e com impactos relevantes nas regiões de atuação da empresa.

“A experiência dos trabalhadores aponta que os PDVs são seguidos de demissão. Eles criam incentivos para os funcionários saírem, houve pressão da empresa para aderirem ao programa. No ano de 2017, quando a Boeing fez as primeiras ofertas, a direção da Embraer dizia que se não fosse vendida, o futuro da companhia estava destinado a ser curto. Quando no negócio é desfeito, o presidente da companhia está ótima. Como é que em dois anos, depois do negócio melar, a empresa está melhor? Ou seja, mentiram lá atrás”, criticou Renata.