Crise

Produção industrial fecha primeiro semestre com tombo de quase 11%

Destaque foi o segmento automobilístico, que anda assim está mais de 50% abaixo do nível de fevereiro

Divulgação
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Setor automobilístico reagiu em maio e junho, mas ainda acumula queda

São Paulo – Mesmo com crescimento (8,9%) de maio para junho, a produção industrial brasileira caiu 10,9% no primeiro semestre, segundo o IBGE. Em relação a junho do ano passado, a atividade recuou 9%, oitava queda seguida nessa base de comparação.

De janeiro a junho, ante igual período de 2019, o instituto apurou resultados negativos nas quatro categorias econômicas, em 21 dos 26 ramos, 65 dos 79 grupos e 75,3% dos 805 produtos pesquisados. A maior influência foi da atividade de veículos automotores, reboques e carrocerias: queda de -43,6%.

Outros setores com retração significativa foram metalurgia (-15,8%), máquinas e equipamentos (-16,7%), confecção de artigos do vestuário e acessórios (-36,6%) e couro/calçados (-33,7%). Por outro lado, entre as cinco atividades que tiveram alta, o IBGE cita produtos alimentícios e coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis, ambas com 3,7%.

Com crescimento em maio e junho, a produção eliminou apenas parte da perda concentrada em março e abril (-26,6). Apenas no segundo trimestre, a retração foi de 19,4%. O setor industrial está 27,7% abaixo do nível recorde, registrado em maio de 2011.

Retomada de produção

O IBGE ressalta a influência positiva do setor automobilístico, cuja atividade avançou 70% em junho, “impulsionada pelo retorno à produção de unidades paralisadas por causa da pandemia”. Em dois meses, o setor cresceu 495,2%. Mesmo assim, ainda se encontra 53,7% abaixo do patamar de fevereiro.

De maio para junho, a produção cresceu em todas as categorias e em 24 dos 26 ramos. Outros destaques de alta vieram das atividades de bebidas (19,3%), indústrias extrativas (5,5%) e produtos de borracha e de material plástico (17,3%).

Ante junho de 2019, a produção caiu nas quatro categorias econômicas, 21 dos 26 ramos, 55 dos 79 grupos e 62,5% dos 805 produtos pesquisados. Entre as atividades, a de veículos automotores, reboques e carrocerias registrou a influência negativa mais intensa, com retração de 51,6%.

Também caíram metalurgia (-25,3%), confecção de artigos do vestuário e acessórios (-46,8%), máquinas e equipamentos (-19,7%), de couro, artigos para viagem e calçados (-44,7%) e produtos têxteis (-23,7%). Produtos alimentícios teve alta de 8%.