Fique em casa

Para conter coronavírus, países impõem até toque de recolher

Além de fechar fronteiras e adotar quarentena, países estão colocando polícia para fiscalizar, aplicar multas e deter se for o caso

Agência de Notícias da Arábia Saudita
Agência de Notícias da Arábia Saudita
A Arábia Saudita, que já havia determinado a interrupção do trabalho em empresas privadas, adotou agora o toque de recolher

São Paulo – Enquanto Jair Bolsonaro critica as “medidas excessivas” que estão sendo tomadas pelos governadores para frear o avanço do coronavírus, líderes de outros países adotam medidas ainda mais restritivas. Hoje (23), o rei Salman, da Arábia Saudita, anunciou a adoção de um toque de recolher noturno a partir desta segunda-feira, das 19h às 6h, durante 21 dias, como parte dos esforços para brecar o avanço da epidemia.

A medida foi tomada após o número de infectados no país passar de 511 neste domingo – o número mais alto da região. Ainda não há registro de mortes.

Trabalhadores da área da saúde, de segurança e integrantes das forças armadas estão livres da restrição. Orações no interior das mesquitas de todo o país, exceto em Meca e Medina, locais sagrados do Islã, e o trabalho em empresas privadas já haviam sido suspensas pelo governo árabe.

Chile

O toque de recolher das 22h às 5h teve início no país neste domingo (22). No sábado, o Chile registrou a primeira morte por coronavírus. O governo de Sebastián Piñera já havia determinado quarentena de 14 dias para pessoas que chegam de países com alto índice de infecção pelo Covid-19 e fecharam todos os portos para navios de cruzeiro.

Itália

País com maior número de mortes por coronavírus (6.077), a Itália adotou toque de recolher em 23 de fevereiro, quando foi confirmada o sétimo óbito . Em pelo menos 11 cidades do norte do país o movimento de pessoas à noite é controlado por autoridades. Ao todo, aproximadamente 43 localidades impuseram restrições à entrada e saída. E os cidadãos que infringirem a determinação estarão a sujeitos a penas que podem chegar a três anos de prisão. 

Estados Unidos

Com 41.708 casos confirmados e mais de 100 mortos, os Estados Unidos têm a situação mais grave nos estados de Nova York, Washington e Califórnia. Com mais de 34 mortos, o estado de Nova York colocou a polícia para desfazer aglomerações.

Embora tenha sido determinada quarentena, com fechamento do comércio, inclusive nas regiões mais movimentadas da cidade de Nova York, havia muitas pessoas se encontrando para passear ou jogar basquete, entre outras atividades coletivas neste final de semana.

O presidente Donald Trump enviou destacamentos da Guarda Nacional para esses estados, que ficarão sob as ordens dos governadores, No último dia 3, Trump declarou estado de emergência nacional. Com isso, o governo poderá usar um fundo de até US$ 50 bilhões, equivalente a R$ 250 milhões, sem necessidade de aprovação do Congresso.

Argentina

Com apoio do presidente argentino Alberto Fernández, governadores das províncias cobraram o cumprimento da quarentena iniciada na última sexta-feira (20). Entre a noite de sábado e manhã deste domingo, foram detidos 5.862 pessoas, segundo o jornal Clarín.

Na maioria dos casos, amigos que se reuniam para jantar e motoristas que dirigiam pelas ruas sem motivo. Foi detido ainda um jovem que violou a quarentena para ir a uma festa de 15 anos.

Fernández afirmou por meio de seu perfil no Twitter que seu governo fez opção pela vida dos argentinos.”Escolhi salvar vidas sabendo que vamos pagar um custo na economia. Tomaremos medidas dirigidas aos autônomos, pequenos comerciantes e aqueles que estão fora do sistema de controle do governo”.

Multas na França

Sétimo país com maior número de casos (20.104) e quinto em número de mortes (860), a França está em quarentena obrigatória desde o último dia 18. O país adotou também a fiscalização nas ruas contra o desrespeito à medida. Desde então, já foram 18 mil autuações e sete pessoas presas – as mesmas que já haviam sido advertidas e multadas anteriormente. A acusação: colocar em risco a vida do outro.

Mais de 100 policiais e militares estão nas ruas fazendo a fiscalização, fora os que estão à paisana. O valor da multa varia de € 38 a € 375 – equivalente a R$ 209 e R$ 2.070, respectivamente.


Leia também


Últimas notícias