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‘Assange corre riscos em viagem’, teme esposa do jornalista e ativista

Julian Assange partiu nesta segunda de Londres rumo às Ilhas Marianas do Norte, território dos EUA mais perto da Austrália. Ali terá uma audiência nesta quarta-feira (26), antes de ser libertado

Wikimedia Commons
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O criador do WikiLeaks assinou acordo assumindo culpa pela divulgação das informações

São Paulo – O jornalista e ativista Julian Assange corre risco em sua viagem, segundo a esposa, Stella Assange. O marido partiu em viagem do Reino Unido nesta segunda-feira (24) até as Ilhas Marianas do Norte, um território dos Estados Unidos na Micronésia, onde deve chegar nesta terça-feira (25).  

“Precisamos de todos os olhares atentos ao voo dele caso algo dê errado”, escreveu Stella em seu perfil no X. “Julian não estará seguro até pousar na Austrália. Por favor, continuem acompanhando o voo dele.”

Assange foi liberado nesta segunda da prisão de segurança máxima em Londres. Após audiência, ele deve ser liberado para seguir ao país de origem, a Austrália. Segundo o jornal New York Times, ele comparecerá à corte da cidade de Saipan na manhã desta quarta-feira (26), onde assinarará um acordo. Conforme a agência AFP, ele concordou em se declarar culpado por revelar segredos militares.

A expectativa, com a declaração, é que Assange seja sentenciado a 62 meses de prisão. Como o tempo é inferior aos 5 anos já cumpridos, ele ganha a liberdade após a audiência. 

Para Stella Assange, a prioridade agora é que Julian recupere sua saúde. “Ele está em péssimo estado há cinco anos e deseja ter contato com a natureza. É isso que ambos queremos agora, ter tempo e privacidade, e simplesmente começar este novo capítulo”, disse. 

Assange denunciou crimes de militares na “guerra ao terror”

A liberdade do ativista foi divulgada pelo WikiLeaks, veículo criado por Assange para divulgação de informações de crimes cometidos por militares dos Estados Unidos em campanhas no Iraque e no Afeganistão. Ou seja, na chamada “guerra contra o terror”. 

Segundo mensagem aos seus leitores, Julian pagou caro. “O WikiLeaks publicou histórias inéditas sobre corrupção governamental e violações dos direitos humanos, responsabilizando os poderosos pelas suas ações. Como editor-chefe, Julian pagou caro por esses princípios e pelo direito do povo de saber” publicou o site, em editorial. 

Segundo o WikiLeaks, a liberdade de Julian Assange é “o resultado de uma campanha global que abrangeu organizadores de base, defensores da liberdade de imprensa, legisladores e líderes de todo o espectro político, até às Nações Unidas”. 

“Ao regressar à Austrália, agradecemos a todos os que estiveram ao nosso lado, lutaram por nós e permaneceram totalmente empenhados na luta pela sua liberdade. A liberdade de Julian é a nossa liberdade.” 

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Redação: Cida de Oliveira, com Brasil de Fato