Grito da Terra exige revisão dos padrões de produtividade

Contag cobra agilidade na reforma agrária e políticas para agricultura familiar. Danos do agronegócio ao ambiente devem ser combatidos com mais vigor

Grito da Terra faz manifestação na Esplanada dos Ministérios contra a redução da meta de assentamentos e pela implementação do Programa Nacional de Reforma Agrária (Foto: Valter Campanato/ABr)

A Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) fez uma manifestação pública na Esplanada dos Ministérios, na terça-feira (26) para, novamente, cobrar do governo federal e de parlamentares agilidade na reforma agrária e nos programas de agricultura familiar.

O Grito da Terra, a maior mobilização dos trabalhadores rurais ligados à Contag, defende, entre diversas reivindicações, a reavaliação dos índices de produtividade da terra.

Grito da Terra na Esplanada dos Ministérios em Brasília (Foto: Valter Campanato/ABr)

William Clementino, secretário de Política Agrária da entidade avalia, em entrevista ao Jornal Brasil Atual, que a medida facilitaria a identificação de áreas improdutivas para que sejam destinadas para fins de reforma agrária.

Grito da Terra na Esplanada dos Ministérios em Brasília (Foto: Valter Campanato/ABr)

“Para nós, hoje, consideramos vergonhoso, um país com tantos avanços como o Brasil, ainda estar trabalhando com índices de produtividade dos anos 70”.

Durante o Grito da Terra, explica Clementino, será sugerida também a atualização do Código Florestal, para que trate de forma diferenciada o agronegócio e agricultura familiar.

“A Agricultura familiar tem sempre garantido a sustentabilidade ambiental e o agronegócio tem sido perverso no sentido de expandir as fronteiras agrícolas, envenenar o solo, produzir de forma insustentável”, avalia. “Quem trata bem o meio ambiente, precisa ser melhor compreendido; quem trata mal, precisa ser melhor corrigido”, resume.

Outra reivindicação defendida pela Contag é a alteração da MP 8.899, que impede a realização de ações de reforma agrária em coberturas de florestas primárias na Amazônia, Mata Atlântica e Pantanal.