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Ataques a direitos por Bolsonaro compromete cidadania até de quem ainda vai nascer, diz senador

"Estão arrancando os direitos de quem vai nascer, que é o direito à Previdência, à assistência social, à saúde, o direito à dignidade", diz Rogério Carvalho

reprodução tvt
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Na entrevista, o senador fala da necessidade de defesa do SUS, que é o maior sistema público de saúde do mundo

São Paulo – Os ataques a direitos promovidos pelo governo de Jair Bolsonaro comprometem até mesmo o exercício de cidadania das gerações que ainda vão nascer. Esse é o entendimento do senador Rogério Carvalho (PT-SE), que é médico e tem atuação em defesa da saúde pública. “O que me chama a atenção é que a maior riqueza de um cidadão é aquela com a qual ele nasce. E a riqueza com a qual ele nasce são os seus direitos, que materializam a sua cidadania. E o que estão fazendo agora?! Estão metendo a mão no ventre da Nação e arrancando os direitos de quem vai nascer, que é o direito à Previdência, à assistência social, à saúde, o direito à dignidade, que é constitucional”, afirma o senador.

“Essa é uma violência que a gente está sofrendo e a gente não está percebendo, é uma violência no direito, naquilo que materializa a nossa cidadania”, afirma ainda, em sua participação no programa Entre Vistas, na TVT, que vai ao ar às 22h desta quinta-feira (19), com apresentação do jornalista Juca Kfouri.

Na entrevista, o senador fala da necessidade de defesa do Sistema Único de Saúde, o SUS, que é o maior sistema público do mundo. O programa conta com as participações da jornalista Cecília Figueiredo, do Brasil de Fato e editora do site Saúde Popular, e de Laudiceia Reis da Silva Santos, funcionária municipal da Saúde e coordenadora da região sul do Sindicato dos Servidores Municipais de São Paulo (Sindsep).

“O SUS tem princípios, como o da integralidade, que a gente só vê no sistema cubano e no sistema de saúde espanhol. Está dentro da lei a definição de integralidade, que é você ter o direito a ter acesso a serviços básicos, desde uma consulta em uma UBS até um transplante, um tratamento de alto custo, ou seja, ele tem a obrigação de atender todas as demandas e de cada indivíduo, além de cuidar da vigilância sanitária, e a vigilância epidemiológica. É garantir que a sociedade como um todo esteja protegida”, afirma.

Apesar dos princípios do SUS, há problemas no atendimento à população, embora esses problemas não possam ser generalizados, como tenta fazer a grande mídia, que sempre sai em defesa da privatização completa da saúde no país. O senador comenta que o principal desafio do sistema hoje é atender os pacientes no tempo de suas necessidades.

“Nós temos um grande problema que é a baixa regularidade nas entregas. Quando  você precisa fazer uma cirurgia que não é de alta complexidade, você tem dificuldade de ter acesso a esse serviço no tempo que você precisa”, diz o senador.

“Quando você precisa fazer um tratamento de câncer, apesar de as pessoas terem acesso ao que há de mais sofisticado do ponto de vista terapêutico, mas não acontece no tempo da necessidade da pessoa… Nem o diagnóstico e nem o tratamento, apesar de o usuário ter acesso em algum momento ao diagnóstico e ao tratamento, sempre fora do tempo real da necessidade. E isso é destrutivo para a imagem do sistema. E aquilo que você não tem no tempo da sua necessidade acaba perdendo valor de uso”, afirma Carvalho, apontando para o desafio de manter o sistema público.

“Tudo isso está em risco hoje com a política do governo?”, pergunta Juca. “Tudo isso está em risco desde a PEC do Teto de Gastos. No momento em que congela os gastos por 20 anos. O que vai dar para fazer com a mesma verba de saúde em 2038? O SUS está em risco e nós já temos desfinanciamento. Temos mais de R$ 7 bilhões que não foram aplicados na saúde por conta da PEC do Teto dos Gastos”, afirma.

Doença da ideologia

Na entrevista o senador também fala dos ataques de Bolsonaro ao programa Mais Médicos, criado nas gestões do PT. “Ideologiose, já ouviu falar? É a doença da ideologia”, afirma.

“Ideologia todo mundo tem a sua, mas a ideologiose é uma doença e em função disso eles dispensaram ou em função da agressividade, do preconceito, da ignorância como a gente tem visto como se referem aos nossos povos irmãos, por parte do presidente, a gente tem o prejuízo da saída de quase dez mil médicos do programa”, diz

“Agora eles lançaram uma MP com médicos pelo Brasil, mas eles não revogam o programa que tanto criticavam para trazer médicos de fora, porque não vai ter gente querendo ir trabalhar nas comunidades ribeirinhas da Amazônia, do semiárido nordestino, a 300, 400 quilômetros da capital, na periferia de São Paulo, nas favelas do Rio de Janeiro não vai ter gente querendo trabalhar, então, a gente não pode ideologizar tudo, temos de dar conta da tarefa. E eu acho que o presidente e sua equipe sofre de uma doença que é a ideologiose”.

A íntegra do programa pode ser vista a partir das 22h

 

 

 

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