contra-ataque

Em defesa da soberania e contra privatizações de Bolsonaro e Doria, frente parlamentar é lançada em São Paulo

Lideranças denunciaram plano do presidente e do governador paulista para beneficiar empresas privadas a partir da venda do patrimônio público

Reprodução/PT na Alesp
Reprodução/PT na Alesp
População é contra privatização: “Esses governos são autoritários e não respeitam a opinião pública", alerta deputado

São Paulo – Trabalhadores, centrais sindicais, movimentos sociais e parlamentares de diversos partidos participaram nesta quinta-feira (19) do lançamento da Frente Parlamentar Mista em defesa da Soberania Nacional em São Paulo. Trata-se de um desdobramento da frente lançada em Brasília há duas semanas. Em audiência pública realizada na Assembleia Legislativa, os parlamentares denunciaram a articulação do governador João Doria (PSDB) com o presidente Jair Bolsonaro (PSL) para privatizar empresas públicas, em nome de interesses privados.

No governo federal são 17 as empresas públicas à venda, entre as quais a Eletrobras, responsável por geração, transmissão e distribuição de energia elétrica, com 164 usinas, 36 delas hidrelétricas. O evento em São Paulo contou com a presença da senadora Zenaide Maia (Pros-RN), que preside a frente nacional, e do deputado federal Patrus Ananias (PT-MG), que atua como secretário-geral, além do ex-senador Roberto Requião (MDB-PR), escolhido presidente de honra. A iniciativa foi articulada em parceria com a Frente Parlamentar sobre a Privatização e em Defesa do Patrimônio e dos Serviços Públicos de Qualidade, comandada pela deputada estadual Leci Brandão (PCdoB).

Em São Paulo, Doria anunciou que tem mais de 200 projetos para entregar bens públicos à iniciativa privada, dentre os quais o Dersa, que administra as rodovias estaduais que ainda não foram privatizadas. O deputado estadual Teonilio Barba (PT) destaca que o Dersa conta hoje com 769 trabalhadores e um patrimônio de quase R$ 3 bilhões. Na semana passada, a base do governo Doria também aprovou a extinção da Empresa de Planejamento Paulista e Metropolitano S.A. (Emplasa) e da Companhia de Desenvolvimento Agrícola de São Paulo (Codasp), o que deve prejudicar o planejamento e execução de obras de infraestrutura em todo o estado.

Estado mínimo

“Com certeza, quem está comemorando são os amigos do Doria, os empresários, porque alguém vai ter que fazer esse serviço”, critica o deputado, em entrevista à repórter Nahama Nunes, para o Jornal Brasil Atual. “Aqui, no estado, existe um ataque muito pesado do Doria em relação à privatização, à desestatização. Existe também a extinção e junção de empresas. Essa são as medida do Doria para governar São Paulo. Tornar o Estado mínimo possível.”

Segundo o deputado federal Carlos Zarattini (PT-SP), o objetivo das privatizações de Bolsonaro e Doria é expandir a possibilidade do capital privado lucrar cada vez mais. “Estão pegando empresas muito lucrativas a e colocando à venda. Empresas como os Correios, como a Sabesp, em São Paulo. São empresas gigantes que estão dando lucro. Este ano as empresas do governo federal vão ter lucro de R$ 100 bilhões.”

Participaram da audiência representantes das centrais CTB, CUT, Força Sindical, Intersindical e UGT, além de integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e Central de Movimentos Populares (CMP). Barba lembrou que a maioria da população não apoia as privatizações. Segundo pesquisa do Instituto Datafolha, 67% dos brasileiros são contra a venda de empresas públicas. “Esses governos são autoritários e não respeitam a opinião pública. Vão fazendo, porque sabem que o povo está imobilizado. Vamos retomar a mobilização para fazer o enfrentamento, senão esses caras vãos destruir tudo aquilo que foi construído.”

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