Violência

Gleisi aciona Carla Zambelli e Bia Kicis no STF por apologia à violência

Parlamentar protocolou no STF representações criminais contra deputadas do PSL que apoiaram seus agressores. “Bolsonarista de raiz é ensandecido”

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Deputada afirmou ficar constrangida com o apoio de colegas da Câmara a atitudes como a de seus agressores no sábado

São Paulo – Em vídeo postado nesta segunda-feira (2) no Facebook, a deputada federal e presidenta do PT, Gleisi Hoffmann (PR), comentou o ataque que sofreu no fim de semana, as manifestações de partidos e setores progressistas no m{es de março e as dificuldades políticas do país. A parlamentar foi hostilizada no sábado (29), em um hotel, onde estava na companhia do ex-senador Lindbergh Farias e de sua filha de 14 anos. Gleisi afirmou “ficar constrangida” com o apoio de colegas da Câmara dos Deputados a atitudes como a de seus agressores. “Essas deputadas não representam as mulheres.” A deputada Carla Zambelli (PSL-SP) apoiou explicitamente os bolsonaristas que atacaram a petista.

“Bolsonaristas ensandecidos parece pleonasmo”, disse Gleisi. “Mas bolsonaristas ‘de raiz’ são todos ensandecidos, não são pessoas de normalidade de comportamento. Perderam a noção da civilidade.”

A deputada do PT do Paraná protocolou hoje, no Supremo Tribunal Federal (STF), representações criminais contra Carla Zambelli e também contra Bia Kicis (PSL-DF), por incitação e apologia ao crime, tipificados no Código Penal. Ambas compartilharam em suas redes sociais um vídeo que mostra claramente os hóspedes do hotel tentando agredi-la fisicamente, depois de xingá-la com palavrões.

“A atitude das deputadas extrapolam consideravelmente os limites da liberdade de expressão e da legalidade, enquadrando-se nos tipos penais referidos”, escreveu Gleisi em nota. No Twitter, o senador Rogério Carvalho (PT-SE) afirmou que a presidenta do PT “foi covardemente atacada c/ palavras baixas e ofensas fascistas”.

Na mesma rede social, a deputada federal Jandira Feghali (PCdoB) também se manifestou. “Todo nosso apoio, @gleisi. Quando o tecido democrático se esgarça, fascistas acham que podem tudo. Mas seremos resistência. Nossa solidariedade!!!!”, escreveu.

“Não tenho o hábito de aplaudir atitudes de intimidação frente à (sic) pessoas, principalmente quando estão em menor quantidade. Mas, nesse caso, bato palmas para os cidadãos, pois não vejo como intolerância. É a tal da lei do retorno”, postou a bolsonarista Carla Zambelli em rede social.

Para Gleisi, “Jair Bolsonaro é responsável direto por esse tipo de ataque; ele que incentiva, prega a violência. Eles têm ódio e precisam da agressão física”. Ela afirmou que o processo contra os agressores, um casal já identificado e cerca de cinco outras pessoas, já está sendo elaborado. A deputada afirmou já ter vencido cinco processos de indenização. “Quando tiverem que pagar, eles vão sentir.”

Manifestações

A deputada petista comentou sobre a situação do país, o desemprego, a volta da fome, e o “caos na economia”, enquanto bolsonaristas agridem adversários. “Quem eles pensam que são? Geralmente é gente de classe média mais alta, que têm boa situação de vida e quer que os outros não tenham, e acham Bolsonaro o máximo”, disse.

Segundo ela, “só a rua pode reverter” o estado de coisas do país. Ela destacou as manifestações do próximo domingo (8), “com as mulheres, pela democracia, contra Bolsonaro”; do dia 14, quando serão realizados atos em todo o país por Marielle Franco; e do dia 18, ato convocado pelos educadores e servidores públicos em defesa do trabalho, dos direitos e pela democracia, contra o desmonte do Estado brasileiro.

Gleisi comentou o processo sobre a morte de Marielle: “Até agora as investigações estão encruadas”. O caso, segundo ela, envolve “milicianos que moravam no mesmo condomínio do Bolsonaro, que trabalharam com Flávio Bolsonaro. Nos chamam de bandidos, petralhas. Bandidos são eles, que matam, que estimulam milícias, que pregam o ódio. Queremos saber a ligação das milícias com Jair Bolsonaro. Isso tudo tem quer ser investigado, viu Ministério Público”, cutucou, em referência ao órgão do estado do Rio.

Gleisi lembrou ainda que os funcionários dos Correios estão mobilizados e mencionou os empregados da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados do Paraná (Fafen-PR), que serão demitidos com o fechamento da unidade. Os petroleiros negociam com a Petrobras as condições das demissões. “Se tiver ação para privatização das refinarias sem discussão no Congresso, ou venda de qualquer outra área da Petrobras, a greve (dos petroleiros) vai voltar, porque significa desemprego e tirar do país um instrumento importante de políticas públicas.”

Além de petroleiros e funcionários dos Correios, a parlamentar mencionou o pessoal da Casa da Moeda (que o governo quer privatizar) e da Dataprev como servidores que podem “puxar, junto com os professores, um grande movimento nacional”. Segundo ela, “essas manifestações são vitais pra fazer um contraponto ao Bolsonaro”.


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