Antidemocrático

Bolsonaro sugere repressão contra protestos antifascistas

Bolsonaro chamou seus apoiadores, que já foram às ruas pedindo intervenção militar, de “defensores da democracia”

Pam Santos ⁩/ @soupamsantos
Pam Santos ⁩/ @soupamsantos
No último domingo (31), manifestantes antifascistas protestaram em defesa da democracia

São Paulo – O presidente Jair Bolsonaro sugeriu repressão policial para os protestos antifascistas marcados neste domingo (7) e prometeu usar forças de segurança federais contra quem “extrapolar os limites da lei” em atos contra seu governo. Durante uma inauguração, na cidade de Águas Lindas de Goiás, Bolsonaro pediu que a Polícia Militar faça “seu devido trabalho”. Ele ainda acrescentou que a Força Nacional vai atuar em manifestações que se denominam antifascistas.

Os protestos antifascistas ocorreram no último domingo (31) em defesa da democracia. Entretanto, Bolsonaro disse que seus defensores – muitos que carregam bandeiras defendendo a intervenção militar, fechamento do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal – são aqueles “lutam por democracia”.

“O outro lado, que luta por democracia, que quer o governo funcionando, quer um Brasil melhor e preza por sua liberdade, que não compareçam às ruas nestes dias para que as forças de segurança, não só estaduais, bem como a nossa, federal, façam seu devido trabalho”, disse o presidente.

O discurso se alinha novamente ao do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O norte-americano prometeu classificar os antifascistas como “terroristas”, além de prometer “um tiroteio” para reprimir as manifestações.

Protestos

Diversas capitais pelo Brasil marcaram novas manifestações antifascistas e antirracistas para o domingo. Os atos foram endossados por movimentos populares, como a Frente Povo Sem Medo e a União Nacional dos Estudantes (UNE).

Em São Paulo, a manifestação se repete em frente ao Museu de Arte (Masp), na Avenida Paulista, às 14h. Já os manifestantes do Rio de Janeiro marcham com o lema “Vidas Negras Importam“, às 15h, no Monumento Zumbi dos Palmares, centro da capital.

Além de defender a democracia do país, o atos ocorrem em paralelo às manifestações realizadas nos Estados Unidos que protestam contra a morte de George Floyd e contra o racismo.