Frente ampla

‘Fake news são parte da necropolítica de Bolsonaro’, diz Manuela d’Ávila

No Entre Vistas, da TVT, pré-candidata do PCdoB à prefeitura de Porto Alegre, afirma que risco de ruptura institucional por Bolsonaro pode repetir o que ocorreu na Bolívia, onde milícias perseguiram sindicalistas e integrantes de movimentos sociais

Marcelo Camargo / Abr
Marcelo Camargo / Abr
“As fake news estruturam a necropolítica de Bolsonaro”, defende Manu

São Paulo – A ex-candidata à vice-presidência da República Manuela d’Ávila, e pré-candidata do PCdoB à prefeitura de Porto Alegre, participa nesta sexta-feira (26) de ato virtual com o movimento ‘Direitos Já’, em defesa da democracia e contra os ataques de bolsonaristas às instituições, como o Supremo Tribunal Federal (STF). O movimento tem um arco político considerado grande, e nomes polêmicos, como os dos ex-presidentes José Sarney e Michel Temer. Chegou-se a cogitar um convite nesta semana ao ex-ministro Sergio Moro, mas as reações de líderes da esquerda foram imediatas. 

Manuela disse que sua participação no movimento Direitos Já tem sido feita com tranquilidade, mas com urgência. “Nós estamos em um momento dramático da história do país”, afirma, referindo-se à possibilidade de uma ruptura institucional ensejada pelo governo de Jair Bolsonaro. 

Ela participou nesta semana do programa Entre Vistas, na TVT, com o jornalista Juca Kfouri. Manuela acredita que o risco de ruptura institucional no país pode adquirir o mesmo contorno do processo de deposição de Evo Morales na Bolívia, onde as milícias assumiram um protagonismo no golpe que perseguiu sindicalistas, integrantes de movimentos sociais e representantes do governo de Evo.

O objetivo do movimento é ser uma frente ampla de defesa da democracia, em oposição ao bolsonarismo e seus ataques às instituições.

Inquérito de fake news

Durante o programa, o secretário de Organização da CUT-RS, Claudir Nespolo, perguntou sobre o massacre das fake news e qual seria a atitude de Manuela frente à pandemia, caso tivesse sido eleita em 2018 como vice-presidente de Fernando Haddad.

Manu disse que o governo Bolsonaro sustenta a sua narrativa distante da realidade mesmo em relação a questões tão sérias como as fake news e a pandemia. “As fake news estruturam a necropolítica de Bolsonaro”, defende.

Sobre o inquérito de fake news que está em curso no Supremo Tribunal Federal (STF) para apurar ameaças às autoridades da Corte, promovidos por apoiadores de Bolsonaro, e também a disseminação de notícias falsas, Manu diz ver aspectos positivos e negativos nesse processo. “O STF chegou às principais figuras, mesmo com o Carluxo (Carlos Bolsonaro, filho do presidente e vereador do Rio de Janeiro) fora, ali estão as cabeças”, diz. Mas ao mesmo tempo, ela pergunta sobre quem financia essas ações. “O dono da Havan repassa só o dinheiro?”, pergunta. 

Ela entende que há um tripé na complexa questão das fake news quanto à atuação de bolsonaristas, que se constitui em “quem inventa”, “quem financia” e “quem fornece os dados”. Esse último personagem, diz, é fundamental distinguir, pois é quem permite mandar a mensagem certa para a pessoa certa.

Confira o Entre Vistas

Redação: Helder Lima


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