Camilo Santana deve ser o ministro da Educação de Lula
Novo governo traz alívio a educadores depois da gestão de Jair Bolsonaro, marcada pela tentativa clara de destruir as universidades federais
Publicado 16/12/2022 - 12h19
São Paulo – O ex-governador e senador eleito Camilo Santana (PT-CE) teria aceitado o convite do futuro presidente, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), para comandar o Ministério da Educação a partir de 1° de janeiro. A governadora do estado, Izolda Cela, que chegou a ser a mais cotada ao posto, deve ir para a Secretaria Nacional de Educação Básica. A informação de que Santana concordou em assumir a pasta é do jornal Valor.
Izolda na Educação era defendida até mesmo por Camilo, mas o nome não foi bem visto por setores do PT, devido à proximidade da governadora do Ceará e seu marido, Veveu Arruda, ex-prefeito de Sobral, à Fundação Lemann. A organização privada promove iniciativas para a educação pública e foi fundada pelo empresário Jorge Paulo Lemann. Izolda chegou a ser recebida em evento recente da fundação saudada aos gritos de “ministra”, segundo O Estado de S. Paulo.
A corrente petista contrária ao nome de Izolda, formada pela deputada federal Rosa Neide (PT-MT) e a senadora eleita Teresa Leitão (PT-PE), exigia um nome do PT. A bancada do partido chegou se movimentar pela indicação ao MEC do líder na Câmara, Reginaldo Lopes. As informações em Brasília são de que Camilo indicava Izolda enquanto trabalhava para assumir o Desenvolvimento Regional.
Amplo espectro político
Porém, os aliados que estiveram com Lula no segundo turno representam amplo espectro político – tanto do ponto de vista partidário quanto em relação aos estados – e o presidente não poderia, nesse quadro, ter dois ministros de pastas de peso da mesma unidade da federação, no caso o Ceará. O presidente precisa contemplar outros aliados.
Izolda, no entanto, tem boas relações com Lula. Ela deixou o PDT de Ciro Gomes após disputa no estado na qual o então presidenciável do partido rompeu com o petista Camilo Santana, que defendia o nome da pedetista Izolda. Mas Ciro impôs Roberto Cláudio. Com o racha, o petista Elmano de Freitas foi lançado candidato e se elegeu em primeiro turno.
Era de destruição
Seja como for, o novo governo traz alívio a educadores. A gestão de Jair Bolsonaro da Educação foi marcada pela tentativa clara de destruir as universidades federais, ao mesmo tempo em que o MEC se tornou foco de intensa corrupção e disseminação de uma pauta de costumes de extrema-direita.
A pasta foi ocupada por quatro ministros. Abraham Weintraub, com suas declarações terraplanistas e política de sabotagem explícita, e Milton Ribeiro foram os principais veículos de destruição. Ribeiro chegou a ser preso por corrupção.
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