banalização do Holocausto

Instituto repudia fala de Flávio Bolsonaro que compara criminosos do 8 de janeiro a vítimas do nazismo

“Ao contrário dos detidos e presos por crimes em Brasília, as vítimas dos nazistas não cometeram crime algum”, afirma Instituto Brasil-Israel em nota

Marcos Oliveira/Agência Senado
Marcos Oliveira/Agência Senado
Comparar vítimas do nazismo a depredadores de Brasília é “caso clássico de banalização do Holocausto”, diz entidade

São Paulo – O Instituto Brasil-Israel divulgou, na noite desta terça-feira (26), uma nota em que rebate duramente a fala irresponsável e mentirosa do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) na CPMI do 8 de janeiro, em que compara vítimas do Holocausto aos vândalos e criminosos que atacaram as sedes dos Três Poderes em Brasília.  

“Ao contrário dos detidos e presos por crimes em Brasília, as vítimas dos nazistas não cometeram crime algum, e foram exterminadas em razão de sua identidade religiosa, nacional, sexual ou política”, diz o Instituto Brasil-Israel.

“A declaração (de) Flávio Bolsonaro em que compara vítimas do Holocausto aos depredadores de Brasília é um caso clássico de banalização do Holocausto”, diz a entidade na nota. Segundo o instituto, o filho de Jair Bolsonaro “decide entrar em resoluções assustadoras, sendo desrespeitoso e ofensivo com a memória”.

Comparação “canalha”, diz jornalista

A fala do filho “Zero 1” de Jair Bolsonaro foi classificada pelo jornalista Marcelo Lins, na Globo News, como “canalha”, feita para ser divulgada nas redes sociais de seus seguidores, como de hábito. A associação feita pelo senador bolsonarista, além de mentirosa, é uma “distorção negacionista”, ao mencionar visita ao Museu do Holocausto em Jerusalém para legitimar seus comentários, segundo o Instituto Brasil-Israel.

Flávio disse que, na época da perseguição nazista, “enquanto (as pessoas) estavam dentro das estações de trem, eram ligadas as câmaras de gás e as pessoas morriam aos (sic) milhares, muito parecido com o que aconteceu aqui, nas prisões dos dias 8 e 9 de janeiro (sic)”.

Leia a íntegra da nota do Instituto Brasil-Israel:

A declaração feita hoje por Flávio Bolsonaro em que compara vítimas do Holocausto aos depredadores de Brasília é um caso clássico de banalização do Holocausto. Flávio decide entrar em resoluções assustadoras, sendo desrespeitoso e ofensivo com a memória.

Fala de mulheres grávidas e crianças a caminho da câmara de gás e dos crematórios nazistas para compará-los aos infratores condenados pelo vandalismo em Brasília.

Ao contrário dos detidos e presos por crimes em Brasília, as vítimas dos nazistas não cometeram crime algum, e foram exterminadas em razão de sua identidade religiosa, nacional, sexual ou política.

Por fim, Flávio Bolsonaro afirma ter visitado o Museu do Holocausto em Jerusalém, o que o legitimaria a fazer tais comentários. Mais uma distorção negacionista que fere a memória das vítimas.

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