Tempo de mudança

Trabalhadores da indústria naval em Pernambuco: um novo futuro de emprego e renda

O  que foi feito é preciso conhecer para melhor prosseguir, já cantou Milton Nascimento, tempos atrás. E a passagem do tempo, que voa, é do que mais se fala nesta época do ano. Vai-se 2010 com suas dores e alegrias, vem 2011 com suas dúvidas e esperanças. Esperança simbolizada pela chegada de uma mulher à Presidência da República, a primeira, substituindo o primeiro operário presidente.

O governo que sai deixa conquistas como a redução da desigualdade – um desafio que a nova presidente já assumiu –, a redução do desemprego às menores taxas da história, um longo período de crescimento econômico, o acesso de cada vez mais famílias ao consumo, o início de um processo mais equilibrado de distribuição de renda. E aqui se deve lembrar que, ao assumir o comando do país, em 2003, Lula dizia ter como obsessão o combate à pobreza.

Mas, claro, ficam as cobranças e expectativas. Caberá ao novo governo defender a economia brasileira diante da chamada guerra cambial que envolve pesos-pesados como Estados Unidos e China. É preciso avançar na busca da justiça social, da democracia, da ampliação das oportunidades por meio da educação pública, da melhoria das condições de vida da população.

Ao encerrar mais um ano, a equipe da Revista do Brasil agradece a companhia, o apoio e também a crítica dos leitores. Vamos continuar juntos, mantendo o compromisso de produzir uma informação diferenciada e de qualidade. Para todos – do presidente que se vai à presidente que chega; aos paulistanos sem-teto esquecidos em São Paulo; aos ribeirinhos; aos quilombolas; aos trabalhadores do campo e da cidade; às vítimas da violência no Rio; às crianças; aos torcedores do time campeão e dos que não chegaram lá; a todos que compartilham da esperança –, nosso obrigado e o desejo de muita energia para celebrar as conquistas que virão.

Sem esquecer do que já foi feito. Como disse José Saramago, que nos deixou neste ano, “somos a memória que temos, e essa é a história que contamos”.