A divina comédia de Salvador Dalí

Para comemorar os 700 anos da publicação de A Divina Comédia, nos anos 1950, o governo da Itália contratou Salvador Dalí para fazer 100 pinturas ilustrativas do clássico. A população […]

Para comemorar os 700 anos da publicação de A Divina Comédia, nos anos 1950, o governo da Itália contratou Salvador Dalí para fazer 100 pinturas ilustrativas do clássico. A população não gostou nada da ideia de um pintor espanhol meter o bedelho na obra do florentino Dante Alighieri, e o projeto foi abortado. Dalí continuou por conta própria. Produziu as 100 aquarelas sobre o inferno, o purgatório e o paraíso de Dante. Todas estarão na Caixa Cultural até 2 de setembro. Avenida Almirante Barroso, 25, Centro, Rio de Janeiro. De terça a domingo, das 10h às 21h. Grátis.

 

Rodrigo Santoro - HelenoFutebol e drama

A história da vida de Heleno de Freitas, jogador de futebol e ídolo do Botafogo antes de Garrincha, chegou às locadoras. Interpretado por Rodrigo Santoro (que perdeu 12 quilos para fazer o papel), Heleno não é um filme sobre futebol, mas sobre o homem problemático, brigão e boêmio, que dificilmente brilharia nos campos por muito tempo. Morreu com sífilis num hospital psiquiátrico, acompanhado apenas por seu enfermeiro e último torcedor (Maurício Tizumba). Os trunfos do longa de José Henrique Fonseca são as impecáveis fotografia de Walter Carvalho e atuação de Santoro. Em DVD.

 

 

A difícil arte de crescer

Capa Cidade Mágica

“É um negócio complicado crescer. Você passa sua vida inteira acreditando que o mundo é de um jeito e, então, de repente, tudo muda (…) Em pequenas doses, você aprende que o mundo não se parece absolutamente nada com o que as pessoas lhe contaram. A lavagem cerebral aos poucos passa, e tudo o que você pode esperar é que ela volte”, diz Henry Fuller, personagem do livro Cidade Mágica (Ed. Bertrand Brasil), do jovem americano Drew Lerman. A resignação do personagem começa depois que sua casa foi devastada por um furacão e se agrava quando sua namorada termina o relacionamento. Comovente retrato de alguém que enfrenta as mazelas da adolescência. R$ 39.

 

Diários de Chatô

Montagem diários chatô

Mais de 300 fotos e reportagens de uma das principais revistas ilustradas do Brasil no século 20 estão expostas no Instituto Moreira Salles, no Rio de Janeiro. Um Olhar sobre O Cruzeiro: Origens do Fotojornalismo no Brasil reúne material das décadas de 1940 e 1950 feito por grandes fotógrafos, como Pierre Verger, Marcel Gautherot, Luiz Carlos Barreto, Jean Manzon e José Medeiros. Questões indígenas, mercado de arte, política, variedades e séries de fotorreportagens fazem parte da mostra. Entre elas, a “novela” do casamento entre a índia Diacuí e o sertanista Ayres Cunha, proibido pelo governo, mas aprovado depois da intervenção de Assis Chateaubriand, fundador dos Diários Associados e da revista semanal. Até 7 de outubro, de terça a domingo, das 11h às 20h, na Rua Marquês de São Vicente, 476, na Gávea, (21) 3284-7400. Grátis.

Nas fotos: Retirantes (1952, Henri Ballot); Getúlio Vargas em jogo da seleção (1950, José Medeiros); José Medeiros e Arlindo Silva na aldeia dos Caiapós (1952, José Medeiros); e Marilyn Monroe (1959, Luiz Carlos Barreto)

Comédia social

As mulheres do 6º andarNa década de 1960, era comum os prédios antigos de Paris reservarem o sexto andar para segregar as empregadas domésticas. Muitas delas, espanholas fugidas da pobreza e da ditadura de Franco. Em As Mulheres do 6º Andar, o diretor Philippe Le Guay monta no ambiente de um condomínios o cenário em que abordará os preconceitos e conflitos sociais de uma época difícil. E bate – com leveza, graça e luvas de pelica –, na cara da xenofobia corrente em seu país. Um casal burguês e conservador contrata a espanhola Maria e ela acaba conquistando o patrão. Em DVD.