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“Mensalão” da Abril? Uma semana antes de ser personagem de capa da edição da revista Veja São Paulo, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, investiu R$ 493 mil dos […]

Kassab compra "Nova Escola" e ganha capa da "Vejinha"

“Mensalão” da Abril?

Uma semana antes de ser personagem de capa da edição da revista Veja São Paulo, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, investiu R$ 493 mil dos cofres da administração municipal na compra de exemplares mensais de uma publicação do Grupo Abril, o mesmo de Veja. Segundo revelou o blogue do jornalista Luis Nassif, a aquisição de assinaturas da Nova Escola diretamente da Fundação Victor Civita foi publicada em 20 de setembro no Diário Oficial do Município. Menos de dez dias depois, Kassab saiu na capa da Vejinha que questionava: “Será que estamos sendo justos com ele?” A revista ponderava se os altos índices de rejeição do prefeito seriam merecidos e tentava demonstrar que sua gestão, no entender do Grupo Abril, até que foi boa.

A compra liberada em 20 de setembro não foi a primeira. A consulta ao Diário Oficial do Município mostra que, ao todo, um contrato firmado por meio da Secretaria Municipal de Educação prevê destinar R$ 1.233.540 este ano à Fundação Victor Civita, meta que já foi atingida. Em 14 de julho, a publicação oficial registrou a estimativa de que outros R$ 740.124 fossem destinados à entidade do grupo chefiado por Roberto Civita, cuja revista semanal ainda está pendente de investigação por suas ligações com Carlinhos Cachoeira. Sendo a Nova Escola uma revista mensal, haveria no negócio indício de troca por favorecimento político ao prefeito Kassab? Estaria configurado um “mensalão” da Abril? O que diria o doutor Joaquim?

Rocinha: "cidade" de 70 mil habitantes (Foto:Tânia Rêgo/Agência Brasil)

UPP na Rocinha

A política de instalação de Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) nas comunidades do Rio de Janeiro dominadas pelo tráfico de drogas chegou à maior e mais famosa favela da cidade. Inaugurada no dia 20 de setembro, a UPP da Rocinha, comunidade habitada por 70 mil pessoas em uma área de 840 mil metros quadrados na zona sul do Rio, conclui um processo iniciado em novembro do ano passado, quando as primeiras forças policiais ocuparam o local. Atualmente, o efetivo é de 400 homens, em sua maioria provenientes do Batalhão de Operações Especiais (Bope) e do Batalhão de Choque da Polícia Militar.

Com a UPP, passará a ser de 700 homens, exclusivamente lotados nas nove bases que serão distribuídas pela comunidade. Os policiais contarão com a ajuda de 100 câmeras de monitoramento, além de 12 motocicletas, veículos considerados fundamentais para o patrulhamento das centenas de vielas que cortam a favela. O secretário de Segurança do Estado do Rio, José Mariano Beltrame, admitiu que em dez meses de presença policial houve “acertos e desacertos”, inclusive confrontos e mortes. Mas, no balanço, disse que “os aspectos positivos aconteceram em maior número que os negativos”. http://bit.ly/rba_rocinha

A história do mundo

Eric Hobsbwam (Foto:David Levenson/Getty Images)

A ciência política perdeu um de seus mais importantes intelectuais. O britânico Eric Hobsbawm, morto no dia 1º, aos 95 anos, foi um dos maiores historiadores do século 20. Hobsbawm escreveu a trilogia que marcou a historiografia sobre o “longo século 19”: os livros A Era das Revoluções, A Era do Capital e A Era dos Impérios, sobre o período entre 1779 e 1914, da Revolução Francesa ao início da Primeira Guerra Mundial, nos quais explica a partir de uma visão marxista o planeta que nos tornamos hoje. Em encontro com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2011, em Londres, definiu-o como o líder que “ajudou a mudar o equilíbrio do mundo ao trazer os países em desenvolvimento para o centro das coisas” e o “verdadeiro introdutor da democracia no Brasil”. http://bit.ly/rba_hobsbawm

A lenda da TV

A morte da apresentadora Hebe Camargo no último 29 de setembro, aos 83 anos, comoveu o país. Astuta e talentosa, Hebe tinha a competência de receber em seus programas celebridades das mais diversas linhagens, de cult a breguíssimas, de intelectuais a medíocres. A todos tratava com a mesma simplicidade, paradoxalmente requintada, e com todos dialogava em pé de igualdade sem destilar arrogância – ao contrário, às vezes exalava uma ignorância com a qual encurtava o distanciamento entre ela e o entrevistado (ou visitante) e entre este e o público. Em seis décadas de televisão, Hebe foi, talvez, o principal ícone do sentido desse veículo para a cultura de massa no Brasil. Recebeu até uma singela mensagem da “amiga” presidenta Dilma Rousseff. http://bit.ly/rba_hebe

Rede Dois de Outubro contra impunidade no massacre do Carandiru (Foto:Mauricio Morais)Barbárie e impunidade

Completados 20 anos do “massacre do Carandiru” no último 2 de outubro, nenhum dos responsáveis pelo episódio foi punido. A Rede Dois de Outubro continua cobrando a responsabilização do ex-governador Luiz Antônio Fleury Filho pela ação policial que resultou na morte de 111 presos. Uma das mais violentas da história do polícia paulista, executada com frieza e crueldade, a operação é apontada como um dos fenômenos da realidade carcerária que impulsionaram a criação da organização criminosa PCC.

Desigualdade em queda

Os rendimentos das famílias brasileiras cresceram 8,3% em 2011, o desemprego teve queda recorde de 20% e a desigualdade continuou caindo. A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2011, divulgada pelo IBGE, identificou também um aumento maior ainda no rendimento médio mensal entre os 10% mais pobres: 29,2%. O resultado não deixa de ser surpreendente, considerado o pequeno crescimento da economia no ano – uma variação de 2,7% no PIB. Segundo a Pnad, o Brasil apresentou uma queda expressiva no desemprego mesmo diante da crise econômica internacional. A taxa de desocupação passou de 8,2%, em 2009, para 6,7%, a menor desde 2004, o que reflete a resistência econômica do país.

http://bit.ly/rba-pnad