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Aquele time era bom

Na história das Copas, algumas seleções perderam, mas são mais lembradas que as vencedoras

Jailton Garcia

Rivelino administra uma escolinha e campos de futebol society na zona sul de São Paulo

Como derrotar a Hungria? Invicta havia 31 jogos, na Copa de 1954 aquela máquina de jogar bola somava 25 gols em quatro partidas. O Brasil tentou resistir, mas também foi atropelado: 4 a 2, e a peleja terminou em pancadaria. Naquela época, ainda tínhamos “complexo de vira-latas”, como definiu Nelson Rodrigues – trauma a ser superado na Copa seguinte. A rival dos húngaros na final de 1954 era a Alemanha, que na fase de classificação fora humilhada por 8 a 3. Pois os alemães não desanimaram com os dois gols que levaram em apenas dez minutos. E viraram o placar, ganhando o seu primeiro Mundial e surpreendendo os torcedores, acostumados a admirar a habilidade e a velocidade da Hungria.

Assim como a Hungria de 1954, a Holanda de 1974 e o Brasil de 1982 montaram times que conquistaram o público e são lembrados até hoje, mas não levantaram a taça. Excesso de confiança? Azar? Mistérios da bola? 

No caminho dos holandeses estavam de novo os imprevisíveis alemães ocidentais. Na final, a sensação do torneio, apelidada de Laranja Mecânica (referência à cor do uniforme), fez um gol antes de o adversário conseguir tocar na bola, com um minuto de jogo. Mas terminou perdendo de 2 a 1. E em 1982, a derrota da seleção brasileira para a Itália ganhou até nome: a tragédia do Sarriá, referência ao estádio onde os azuis ganharam por 3 a 2 e tiraram os canarinhos da semifinal. O estádio foi demolido anos depois, para satisfação de muito torcedor brasileiro. 

Camisa 10 na Copa de 1974, Rivellino fala com admiração da Holanda, mas lembra que o Brasil, mesmo sem a preparação ideal, teve chance de vencer a partida no primeiro tempo, se tivesse aproveitado duas oportunidades claras de gol. “Mas o ‘se’ não joga…”, observa. O Brasil acabou perdendo por 2 a 0, e a Holanda foi para a final. Ele lembra que só viu o chamado “carrossel holandês” praticamente durante a competição. “O mundo não era globalizado como hoje. Só fui conhecer o Cruyff (astro do time europeu) em 1974”, conta Rivellino, que hoje administra uma escolinha e campos de futebol society na zona sul de São Paulo. Naquela época, Johan Cruyff já fazia sucesso com a camisa do Ajax, time holandês que venceu três edições seguidas da Copa da Europa (1971-73). 

“Todo mundo atacava, todo mundo defendia. Em termos de evolução tática, a Holanda merecia ser campeã”, afirma o meia. Mas perdeu, lembra, para uma que também tinha bons jogadores – como Breitner, Overath e o capitão Beckenbauer – e na decisão marcou Cruyff com eficiência. Como ele gostaria que acontecesse com Paolo Rossi em 1982, quando o atacante italiano fez três gols e derrubou a favoritíssima equipe de Telê Santana.

Prazer de jogar

Em 2007, Cruyff publicou em seu blog no jornal espanhol (ou melhor, catalão) El Periódico um texto que ajuda a explicar a fama do time de 1974. “Na Holanda, tenta-se inculcar nos garotos um conceito: aproveitar (o jogo) está acima do resultado. Não sei quem o criou, mas eu nunca vivi outra coisa”, afirmou. “Muitos creem que (a escola holandesa de futebol) nasceu no Mundial de 1974. Ali se cunharam os termos ‘laranja mecânica’ e ‘futebol total’ para definir um estilo vistoso, ofensivo e naquele momento revolucionário. Em nenhum outro Mundial se falou tanto do segundo colocado. Mas é certo que a escola holandesa se gestava fazia anos”, disse Cruyff, para quem, é claro, talento não basta. “É preciso polir o talento, e para polir é preciso jogar.”

O ex-jogador Tostão, hoje comentarista, adverte: não é possível tirar conclusões com base em poucos jogos ou um campeonato, ainda mais de curta duração, como a Copa. ”Os times que agradam mesmo são os que jogam bonito. As pessoas têm de resgatar isso, inclusive os técnicos. Isso também passa pelos torcedores e pela imprensa, já que a maioria também segue essa linha (de avaliar um time com base apenas nos resultados)”, afirma o comentarista, que ao lado de Jairzinho, Gérson, Pelé e Rivellino formou a linha ofensiva da seleção brasileira de 1970, exemplo de time que jogou bonito e ganhou de todos os adversários.

Para ele, o fato de essas equipes (Hungria, Holanda e Brasil) serem sempre lembradas é a prova de que o público não quer apenas resultados – quer ver bom futebol. “Algumas pessoas não vão entender isso. O próprio Dunga nunca vai entender por que a seleção brasileira de 1982 é mais elogiada que a de 1994.” Atual técnico da seleção, Dunga foi o capitão da equipe que conquistou o tetracampeonato nos Estados Unidos, primeiro triunfo desde o de 1970.

Tudo pode acontecer

Tostão também considera injusto criticar o Brasil pela eliminação em 1982 como se a seleção tivesse enfrentado um adversário inexpressivo. “As pessoas falam como se o Brasil não tivesse jogado contra ninguém. A Itália também era um time muito bom”, afirma, citando ainda o exemplo de outra “tragédia” do futebol brasileiro, a derrota na final de 1950, em pleno Maracanã: “Já vi o Zizinho (ex-jogador) dizendo em entrevista que o Uruguai era melhor que o Brasil”.

Tostão chegou a definir a Holanda de 1974 como “a pelada organizada”, com marcação sob pressão, um time inovador do ponto de vista coletivo. “Quando você tem um campeonato longo, de pontos corridos, você tira a média. Agora, em um campeonato curto, com jogos classificatórios, acontece de tudo”, compara. Espaço para esse tipo de jogo ainda existe, observa o ex-camisa 9 da seleção e 8 do Cruzeiro. “O (atual) Santos não inventou esse jogo. Tem três, quatro jogadores que jogam futebol, e o técnico deu corda para eles. O Barcelona (da Espanha) também tem um jogo bonito, de bola no chão, um time agradável.”

Mas, como cada jogo tem sua história, Rivellino acredita que aquele contra os italianos era um caso em que o Brasil deveria ser mais cauteloso, por ter a vantagem do empate e por ter conseguido se recuperar duas vezes, depois de estar perdendo por 1 a 0 e por 2 a 1. “O Telê não acreditou na seleção da Itália. O Paolo Rossi já tinha feito dois gols, estava em estado de graça. Ele podia ter colocado o Batista, por exemplo, só para marcar. O importante era classificar, não ganhar”, diz Rivellino. “Tem de ter o plano B”, acrescenta.

“Foi um jogo, uma hora e meia, e nesse tempo tudo pode acontecer”, diz José Macia, o Pepe, ex-jogador do Santos e da primeira seleção brasileira a conquistar o título mundial, em 1958. Para ele, a mais brilhante de todas. “Se jogasse com a de 1970, seria fantástico. Acho que ia ser uns 4 a 4, mas a de 1958 teria um leve favoritismo”, avalia Pepe, lembrando que nem o gol marcado no início do jogo pelos suecos, donos da casa, abalou os brasileiros na decisão disputada em 29 de junho de 1958, em Estocolmo. “O Didi pegou a bola e veio com ela até o meio de campo, para acalmar o pessoal. A seleção tinha convicção de que ia ganhar. E antes do jogo os suecos olhavam o Brasil como se fossem seres do outro mundo”, recorda, observando que o time tinha “grandes líderes”, como Nilton Santos e Didi, já marcados pelo insucesso de 1954 e dispostos a tudo para vencer.

Pelo menos um daqueles jogadores era mesmo do outro mundo. “Sempre falo que ele veio de Saturno, e é verdade”, brinca Pepe, referindo-se a Pelé. O jogo terminou 5 a 2, com direito a gol antológico daquele – por acaso – camisa 10 de 17 anos. O ex-ponta-esquerda santista lembra também da Copa de 1950, quando o Brasil, favorito disparado e jogando pelo empate, perdeu de virada (2 a 1) para o Uruguai no recém-inaugurado Maracanã. “Foi uma fatalidade. O Brasil era melhor, mas o Uruguai tinha um time perigoso”, diz Pepe, que na hora da final (16 de julho), aos 15 anos, estava jogando uma pelada em São Vicente, no litoral paulista.

A seleção brasileira tricampeã, de 1970, tinha não só plano B, mas o C também, caso necessário, lembra Rivellino. “Por isso, a cada jogo se apresentava melhor.” O time tinha opções. E o próprio Rivellino se tornou uma delas, meio no susto, ao passar do meio-campo, onde se destacava no Corinthians, para a ponta esquerda, embora com liberdade para se deslocar pelo gramado. No futebol de hoje, Pepe vê com prazer o time do Santos jogar – e não escapa de uma comparação ao mítico ataque que ele formou nos anos 1960 com Dorval, Mengálvio, Pelé e Coutinho. Mas com uma diferença. “Ganhamos todos os títulos possíveis e imagináveis. O Santos segurava os jogadores. Eu mesmo tive propostas do Barcelona, do Milan… Hoje, não tem como segurar. Daqui a pouco eles vão embora.”

Para fazer a diferença

“Não se pode mesmo abrir mão do talento”, diz Rivellino, preocupado com a falta de opções da seleção atual, reivindicando a convocação de atletas como Neymar e Paulo Henrique Ganso, do Santos, e mesmo de Ronaldinho Gaúcho, atualmente no Milan. “O Dunga conseguiu montar (o time) defensivamente. Mas o meio de campo é pobre”, afirma, chamando a atenção para a falta de opções do time, principalmente de jogadores com talento acima da média. “Nas Copas que ganhamos, todos os times tinham jogadores que faziam a diferença.” 

Que o digam os italianos. A vitória sobre o Brasil em 1982 foi tão marcante que deu título à autobiografia de Paolo Rossi: Ho fatto piangere Il Brasile (Fiz o Brasil chorar), lançada em 2003. De fato, ele mesmo contou que sete anos depois da Copa foi expulso de um táxi, em São Paulo, por um motorista que o reconheceu, chamando-o de “carrasco do Brasil”.

Hoje também comentarista, o lateral-esquerdo Júnior, ex-Flamengo, estava no Sarriá naquele Brasil x Itália em 5 de julho de 1982. Foi ele quem, saindo da lateral para o meio, deu o passe para Falcão fazer o segundo gol do Brasil, levando o jogo a novo empate, que classificaria o time à semifinal. A movimentação era uma característica daquela equipe. “O Telê queria que existisse essa versatilidade, para que a gente pudesse envolver o adversário, sem ficar só com aquelas jogadas previsíveis”, lembra.

Para ele, o segredo está na alegria de jogar, o que faz com que todos lembrem, até hoje, da Holanda e do Brasil. “É um forma de jogar que faz divertir quem joga, quem está no estádio e quem está em casa. Falar de times vencedores é fácil. A seleção italiana ganhou em 2006 com um time pragmático. Teve méritos, claro, mas com jogadores que jamais serão locomotivas, só serão vagões. Em 1982 (na seleção brasileira), havia várias locomotivas.”

Júnior, que acaba de lançar sua biografia, observa que vários times já mostraram que jogar bonito e ganhar não são incompatíveis. Casos do próprio Flamengo do final dos anos 1970 e início dos 1980 e do São Paulo dos anos 1990 (não por acaso, de Telê). Ou do Barcelona e do Santos atuais. “O Santos vai fazer um bem enorme para o futebol, porque vai trazer à tona essa discussão, de um futebol desprendido de tanta coisa tática.”

A exemplo do que observou Tostão, o lateral lembra que a Itália de 1982 também tinha um ótimo time. “Depois fui jogar no Torino, e pude ver de perto a capacidade e a qualidade daqueles jogadores.” Quanto à derrota naquele jogo, ele resume: “Coisa do futebol, camarada. A gente estava prevenido, sabia da capacidade deles, tínhamos visto o jogo deles com a Argentina. Perdemos nos detalhes”.

O próprio Paolo Rossi já afirmou que aquela era uma das melhores seleções brasileiras de todos os tempos, mas que talvez tenha pecado por excesso de otimismo, lançando-se sempre ao ataque. “A eles (Brasil) bastava um ponto para se classificar, mas jogar pelo empate não fazia parte da mentalidade daquele time, eles se sentiam superiores, mais fortes”, disse o atacante italiano ao site Quotidiano Sportivo, desconfiando que aquela derrota representou o início de uma mudança significativa, do ponto de vista tático, no nosso futebol. “Hoje, os brasileiros dão o justo valor à defesa”, disse Rossi, por ironia, um atacante.

Para muitos, certamente, mais valor do que deveriam. Os times ainda buscam ajustar suas posições no campo, mas parecem muito mais inclinados ao “justo valor à defesa” defendido por Rossi do que ao “prazer de jogar acima do resultado” ensinado por Cruyff. 

2010: Sonhos de vingança
Por Flávio Aguiar

A vingança é um prato que se come frio, diz o ditado de origem francesa*. Mas, na hora dessa refeição, o sangue precisa estar quente com veneno. Senão, não tem graça

capitão Thierry Henry

Calma, leitor: não estou falando de vendetas familiares ou políticas, ou outras. Estou falando de futebol. Na Copa que em breve se abre, na África do Sul, nós, brasileiros, teremos muitas oportunidades para comprovar os dois lados da vingança. Podemos começar já nas disputas nos oito grupos que principiam o torneio. Ensaiemos uma perspectiva que, para mim, é obrigação de brasileiro: depois da nossa seleção, torcer pelas africanas. Claro que meu coração revolucionário diz que também deveríamos torcer pelas latino-americanas. Si, pero no mucho, me retruca o mesmo coração, sedento de vinganças.

É que aí entram os uruguaios, responsáveis pela catástrofe de 1950, e os argentinos, responsáveis por nossa eliminação em 1978 após uma improvável goleada (6 a 0) num Peru desmotivado, para não usar outros adjetivos menos lisonjeiros. E também em 1990 (mas ali tínhamos um time que, cá entre nós, não merecia ir longe). Pelo menos o Brasil nunca foi eliminado por um país africano. O país mais “exótico” que nos eliminou foi a hoje finada Iugoslávia, na primeira Copa, em 1930. As eliminações pela Nigéria e por Camarões, nas Olimpíadas de 1976 e 2000, não contam, claro.

A carrasca suprema do Brasil foi a França: três vezes, em 1986 (quando Zico perdeu um pênalti estratégico), em 1998 (naquela duvidosa escalação do Ronaldo para a final) e 2006, quando Roberto Carlos abaixou para arrumar as meias e… essa até os mais jovens lembram. Pois lá estão os franceses no grupo A, com África do Sul, México e Uruguai. Torcer pela África do Sul é um “must”, eu diria. E confesso que não ficaria infeliz se o México e o Uruguai dessem uma mãozinha. Que vem bem ao caso, porque, afinal, os franceses só se classificaram para a Copa num jogo polêmico em que o Thierry Henry ajeitou a bola duas vezes com a mão antes de dar o passe para o autor do gol decisivo.

Bem, vamos adiante. A Hungria nos eliminou diretamente uma vez, em 1954, e também deu sua contribuição em 1966. Mas desta vez ela está fora. Tenhamos em nossas orações aquele fabuloso time de 54, com Puskas, Kocsis, Czibor e outros nomes complicados, e em nossas maldições o time de 66, quando eles baixaram o pau no nosso time (que jogou mal) sob o apito complacente do juiz. Mas está dentro Portugal, que também naquele 66 baixou o pau particularmente em cima de Pelé. E está no nosso grupo, o G, e vamos pegá-los logo na estreia. No mesmo grupo estão a Coreia do Norte (que deu uma trabalheira enorme a Portugal em 66) e a Costa do Marfim, que, diga-se de passagem, tem um time de boa reputação. Seria o máximo se desse grupo passássemos nós e os ivoarianos (de Côte d’Ivoire, nome em francês).

Outros países que nos desclassificaram uma vez: Espanha (1934) e Holanda (1974). A Espanha, com toda a sua pose, está no grupo H, onde não há africanos, mas o Chile, Honduras e a Suíça. Torcer pelos relojoeiros mais famosos do mundo é demais para mim; resta esperar que Chile e Honduras façam justiça, ainda que pareça uma parada perdida. Já a Holanda está no grupo E, convivendo com a Dinamarca, o Japão e o simpático Camarões, grande sucesso na Copa de 1990. Podemos torcer por eles e também pelo Japão, pois, afinal, no Brasil tem japonês pra ninguém botar defeito.

Prato fino
Deixei para o final dois pratos refinados: Itália e Argentina. A primeira nos eliminou duas vezes, em 1938, quando tínhamos o fabuloso Leônidas, inventor da bicicleta, e em 1982, na catástrofe de Sarriá, na Espanha – nos dois casos acabou campeã. A Itália está no grupo F, junto com Paraguai, Nova Zelândia e Eslováquia. Torcer pelo Paraguai é obrigação de brasileiro, desde o fim da guerra em que, em parte por nossa causa e em parte pela teimosia de Solano Lopez, morreu algo como 80% da população masculina daquele país, mais milhares de mulheres e crianças. Esperar que a Nova Zelândia e a Eslováquia derrotem a Itália, tida como uma das favoritas, é coisa para santo milagreiro. A propósito, são Cirilo, são João e são Nicolau têm devotos em massa na Eslováquia, e o mesmo acontece com são José e são Pedro na Nova Zelândia.

Já a Argentina… ah, a Argentina! Está no grupo B, com Nigéria (eia sus!) Coreia do Sul e Grécia. Acho covardia nossa torcer para que algum outro time se encarregue dos argentinos. Mas a gente pode torcer para que a Nigéria lhes baixe a crista, não é mesmo? Há outros times africanos que nos merecem a atenção: Argélia no grupo C e Gana no D. Poderiam nos dar o prazer de derrotar, respectivamente, a soberba Alemanha e a gélida Inglaterra.

Com essas torceduras, o aficcionado brasileiro ainda estará contribuindo para, possivelmente, reparar graves injustiças históricas. É que vários desses países mencionados – Portugal, Espanha, França, Grã-Bretanha, Alemanha, Itália, Holanda – fizeram gato-sapato da África pela história afora e adentro. Seria um prazer ver essas seleções rebolarem ao quadrado dentro das quatro linhas, tendo de dançar de acordo com a música da “Mama África”. Claro: seria tudo apenas no plano simbólico. Mas, que seria lindo, seria! 

*Dentro das quatro linhas… a vingança é doce. Devemos sempre, mesmo no ajuste de contas, manter a decência e a elegância. Não precisa escabujar-se no sangue do adversário. Pode chupar de canudinho.