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Finalmente protagonistas

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Milton Gonçalves e Taís Araújo em cena de Filhas do Vento

Quando Joel Zito Araújo levou para as telas o filme Filhas do Vento, os atores deixaram de ser porteiros, jardineiros, empregados domésticos, motoristas e assumiram o papel principal – uma família brasileira às voltas com o preconceito racial. A equipe recebeu cinco prêmios no Festival de Gramado, em agosto passado: direção, ator (Milton Gonçalves), atriz (dividido entre Ruth de Souza e Léa Garcia), ator coadjuvante (Rocco Pitanga) e atriz coadjuvante (dividido entre Thalma de Freitas e Taís Araújo). Ganhou também o prêmio da crítica. O autor comprovou nas telas sua tese de doutorado – “A Negação do Brasil: O Negro na Telenovela Brasileira” –, que abordou como as telenovelas nacionais limitaram o desenvolvimento profissional dos atores negros. A história de duas irmãs rompidas por muitos anos e com vidas bem distintas que se reencontram após a morte do pai expõe a qualidade do maior elenco negro na história do cinema brasileiro. O grupo chegou a recusar os prêmios, em resposta a um comentário do presidente do júri, Rubens Ewald Filho, que viu a premiação como decisão política. O crítico se retratou e os Kikitos tiveram final feliz. Filhas do Vento está nas locadoras.

Três anos de bom humor: palavra de Saci

Se você acredita em Saci, bem. Se não, também. O Anuário do Saci (Ed. Publisher Brasil) tem textos curtinhos e bem-humorados de Mouzar Benedito sobre essa que é uma das mais simpáticas figuras travessas do folclore brasileiro. O livro também funciona como agenda, que pode ser usada de 2007 até 2009. Para cada dia tem um comentário sobre acontecimentos da história do Brasil e há quase uma centena de ilustrações do cartunista Ohi que retratam a participação dessa criaturinha em momentos importantes da nossa história que não estão nos livros. O Anuário pode ser encomendado na página www.revistaforum.com.br. R$ 26.

Baraldi rock’n’roll

Márcio Baraldi é chargista das causas sociais. Onze em cada dez boletins de sindicato têm ou já tiveram seus desenhos publicados. Mas o chargista tem também seu lado musical, que acaba de lançar Born to Be Wild!, o terceiro livro dos heróis Roko-Loko e Adrina-Lina, os personagens mais rock’n’roll dos quadrinhos. O livro vem na esteira do sucesso dos dois anteriores, lançados pela Opera Graphica. R$10 (nos sítios www.marciobaraldi.com.br e www.rockbrigade.com.br).

Alternativa musical

O grupo Anima Dominum, do Rio de Janeiro, surgiu há 13 anos. Na formação atual, os músicos Cláudio Cepeda (baixo), Frederico Paulo (bateria), Ricardo Lima (teclados e voz) e Zé Lima (guitarras elétrica e acústica) tocam rock progressivo, posto em prática com muita propriedade no The Book of Comedy, releitura musical do livro de Umberto Eco O Nome de Rosa. Este terceiro CD da banda e outros trabalhos podem ser conhecidos e encomendados pelo www.animadominum.com.br. R$ 15.

Boa digestão

Dicas sobres filmes, peças, livros. O sítio Digestivo Cultural (www.digestivocultural.com.br) foi criado no ano 2000 e hoje se caracteriza por manter especiais temáticos – ou seja, sugere um tema e os colaboradores mandam seus textos. Além dos artigos, há dicas e entrevistas. Vale conferir.

Mestre barroco

Objetos, gravuras, fotografias, documentos, mapas e esculturas de Aleijadinho e contemporâneos podem ser conferidos até 11 de fevereiro no Centro Cultural Banco do Brasil do Rio de Janeiro. A exposição Aleijadinho e Seu Tempo – Fé, Engenho e Arte representa uma ampla abordagem sobre a arte sacra e barroca. A temporada terá também filmes, música e palestras sobre a produção artística das Minas Gerais no século 17 e a religiosidade impressa na obra do genial Antonio Francisco Lisboa, maior expoente do barroco fora da Europa. Rua Primeiro de Março, 66, Centro, Rio de Janeiro, tel. (21) 3808-2020. Terça a domingo, 10h às 21h. Entrada franca.

Presente ioruba

Oxóssi, Ibêji, Logunedé, Obaluaiê, Oçaim, Oxaguiã. Se você sabe muito pouco ou quase nada sobre esses nomes, conheça a trilogia de Reginaldo Prandi com ilustrações de Pedro Rafael. Lançados em 2002 (Ifá, o Adivinho), 2003 (Xangô, o Trovão) e 2005 (Oxumarê, o Arco-Íris), os livros da Companhia das Letrinhas ensinam que os orixás citados são deuses da fartura, dos gêmeos da infância, da caça e da pesca, das doenças contagiosas, das folhas e da criação. Os três livros de Prandi, professor de Sociologia da USP e autor do elogiado Mitologia dos Orixás (2001), são uma deliciosa coletânea de histórias representativas da riqueza cultural do povo africano ioruba, traficado para o Brasil na era da escravidão. R$ 30, em média,
cada livro.

Doce fera

Uma parceria entre a TV Cultura e a gravadora Biscoito Fino traz para o formato DVD edições históricas do programa Ensaio, criado por Fernando Faro há mais de três décadas. O primeiro da série, de 1973, é com Nara Leão cantando Chico Buarque, Lamartine Babo, Assis Valente, Ary Barroso, Dorival Caymmi, João do Vale, Edu Lobo, Torquato Neto, Baden Powell, Vinicius. O Ensaio também registra sambas de Zé Ketti, Cartola e Nelson Cavaquinho, gravados no primeiro disco, Nara, de 1964. Histórico! R$ 50.