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Uma seleção de eventos culturais para o mês

divulgação Enedina Maria da Conceição, 95 anos, nasceu em Nizia Floresta (RN). Quando pequena foi entregue pela família. Apanhava constantemente para trabalhar. Teve uma filha, nove netas, 20 bisnetas e […]

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Enedina Maria da Conceição, 95 anos, nasceu em Nizia Floresta (RN). Quando pequena foi entregue pela família. Apanhava constantemente para trabalhar. Teve uma filha, nove netas, 20 bisnetas e oito tataranetas

Retrato do Brasil

Direitos humanos e fotografia, tudo a ver. É o que traduz o trabalho do brasileiro João Roberto Ripper, especializado em fotografia social e documental e em fotojornalismo. Índios, mulheres, crianças, idosos e o cotidiano de trabalhadores revelam, com sensibilidade ímpar, vidas que traduzem a realidade brasileira, com sofrimento e sorrisos. Agora, parte de sua obra pode ser conferida no livro Imagens Humanas (Dona Rosa Produções,R$ 75), com 240 páginas, 195 fotos em preto e branco (algumas delas inéditas), textos de Carlos Walter, Dante Gastaldoni, Emir Sader e Mariano Marinho, além de entrevista exclusiva com Ripper. A impressão que se tem pelas imagens é que Ripper é por vezes invisível, por vezes extremamente próximo dos fotografados – há intimidade e cumplicidade nas cenas.

O livro é um resumo dos 35 anos de carreira desse profissional que, além de fotógrafo, é um militante social que cobriu o Brasil de Norte a Sul, participou de mais de 30 exposições nacionais e internacionais, é autor de documentários sobre índios, carvoeiros e trabalho escravo, tem suas fotos nas coleções do Itaú Cultural e Pirelli Masp e ganhou nove prêmios internacionais com seus projetos artísticos focados nos direitos humanos. Ripper também dá aula de fotografia na agência-escola Imagens do Povo, criada em 2004, na Maré, uma das maiores favelas do Rio de Janeiro.

O lançamento do livro faz parte das comemorações dos 60 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, completados em dezembro de 2009, e os direitos autorais serão integralmente doados ao Fórum de Direitos Humanos de Santo Antônio de Jesus, na Bahia.

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Vida alheia

Até 28 de fevereiro 80 fotografias do gaúcho Flávio Damm estarão expostas no Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba. Também referência no fotojornalismo brasileiro, ele capta a vida dos outros de forma poética e perspicaz. Adepto da película em preto e branco, que o acompanha desde o início de sua carreira, em 1944, Damm agora apresenta o “carro-chefe” de sua trajetória como fotógrafo e novas peças produzidas em Portugal e Paris. É uma retrospectiva de “64 anos de câmera na mão”, diz Damm. Rua Marechal Hermes, 999, (41) 3350-4400. De terça a domingo, das 10h às 18h. R$ 2 e R$ 4.

Suingue e malandragem

Da pobreza ao estrelato, e ao ostracismo. Nem Vem Que Não Tem – A Vida e o Veneno de Wilson Simonal (Globo Livros) é uma grande e completa reportagem sobre esse artista que fez – e ainda faz – milhões dançarem no ritmo de sua charmosa malandragem. Depois do documentário Ninguém Sabe o Duro Que Dei, o livro destrincha Simonal – a infância, o cotidiano no Exército, as humilhações, o racismo, o resgate da autoestima, as extravagâncias, a ingenuidade, a malandragem e o “exílio” a que foi submetido depois da acusação de ter sido o mandante do sequestro e tortura de seu contador. O texto de Ricardo Alexandre flui bem e é permeado com algumas fotos. R$ 30, em média.

Crianças convidam

O Projeto Guri, ONG que oferece cursos de iniciação e teoria musical, coral e instrumentos de cordas, madeiras, sopro e percussão para crianças e jovens de São Paulo, comemora seus 15 anos com o lançamento do CD Projeto Guri Convida (MCD). São 18 faixas com participação de 380 alunos, três arranjadores, cinco produtores e 23 artistas convidados, entre eles Thalma de Freitas, Antonio Pinto, Arnaldo Antunes, Céu e Os Sonantes, Anelis Assumpção, Fernanda Takai, Zélia Duncan, Mauricio Pereira, Siba, Curumin, Iara Rennó, Rappin Hood e André Abujamra. Letras, arranjos, interpretações e o encarte, tudo é um mimo para todas as idades. Disponível nas Livrarias Cultura e Saraiva. R$ 29.

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Bruna Lombardi como Diadorim

Os olhos de Diadorim

 Guimarães Rosa escreveu Grande Sertão: Veredas em 1956 para ser uma das novelas de seu Corpo de Baile. Mas a narrativa ganhou pernas e muita personalidade. Conduzida pelo narrador Riobaldo e seu amigo de infância Diadorim, a história virou uma das mais importantes da literatura em língua portuguesa. Em 1985, Grande Sertão virou minissérie, dirigida por Walter Avancini, com Toni Ramos no papel de Riobaldo. E agora sai em DVD. A caixa com quatro discos talvez não seja a melhor forma de “ler” Guimarães Rosa, mas é uma boa oportunidade de rever Bruna Lombardi na pele de Diadorim.