Para rever e reler a força narrativa de Graciliano Ramos
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Publicado 11/08/2013 - 20h51
Sessenta anos sem o Velho Graça
A fuga da seca, o sofrimento na prisão, a angústia de uma vida vazia. Os temas de Vidas Secas, Memórias do Cárcere e São Bernardo, clássicos de Graciliano Ramos, foram transformados em filmes há alguns anos. E relançados em DVD pelo Instituto Moreira Salles, em homenagem ao autor, que completaria 120 anos em 2013.
Os três evidenciam uma das principais características do Velho Graça: o forte conteúdo social. Vidas Secas, publicado em 1938, teve sua versão para o cinema lançada em 1963 por Nelson Pereira dos Santos. Conta a saga de uma família de retirantes que foge da seca e enfrenta a fome, a pobreza e todas as emoções que essa condição miserável traz.
Memórias do Cárcere, de 1953, também foi adaptado por Nelson Pereira para o cinema, 30 anos depois. Carlos Vereza interpreta o próprio Graciliano no período em que ficou preso, vítima da ditadura estado-novista. Em 1971, Leon Hirszman dirigiu São Bernardo, baseado no livro de 1934, cujo protagonista, Paulo Honório, ao sair da miséria, deixou que o dinheiro arruinasse sua vida. Os filmes podem ser adquiridos separadamente (R$ 48) ou em conjunto (R$ 120).
Vida em comunidade
Nos anos 1980, os moradores do Vale do Capão, na Chapada Diamantina (BA), viram chegar à região pessoas de várias partes do mundo que, em comum, tinham a vontade de mudar radicalmente de vida: quebrar laços com a sociedade de consumo e viver em contato com a natureza. O documentário Pra Lá do Mundo, dirigido por Roberto Studart, mostra a exuberância da natureza que rodeia essas comunidades e seu convívio social, baseado na valorização da solidariedade, em experiências associativas de educação, trabalho, saúde e lazer e na proteção do meio ambiente. Junto a tudo isso, é claro, todos os conflitos – inclusive ideológicos – que fazem parte da vida em comunidade. Disponível em DVD.
Era uma vez uma loba
A lobinha ruiva ia visitar sua vovozinha doente quando, de repente, encontrou pelo caminho um bicho bem estranho que andava sobre duas pernas e quase não tinha pelos no corpo. O que ele quer é caçar a pequena loba, por isso a engana para chegar antes na casa da vovó. A autora de A Lobinha Ruiva (Cia. das Letrinhas, 32 pág.), Stela Greco Loducca, inverteu os papéis do conto dos Irmãos Grimm, ou seja, aqui é o homem que ataca o bicho. Mas, nesse caso, ele acaba se arrependendo. A reflexão que Stela propõe às crianças é: será que existe um mau que é só mau e um bom que é só bom? O livro tem ilustrações de Renato Moriconi. R$ 30.
Centenário
A mostra interativa Rubem Braga – O Fazendeiro do Ar, em cartaz até 1º de setembro no Museu da Língua Portuguesa, proporciona uma imersão na vida e obra do “inventor da moderna crônica brasileira”, que comemoraria seu centenário neste ano. Seu jeito envolvente, simples e acessível de escrever pode ser conferido em seis módulos temáticos: Retratos, Redação, Guerra, Passarinho, Cobertura e Cachoeiro. A exposição mostra a infância do autor, em Cachoeiro do Itapemirim (ES), passa pela sua vida de repórter, pela paixão por passarinhos, e chega ao “mundo rural” recriado por ele em sua cobertura em Copacabana. Terça, das 10h às 22h; de quarta a domingo, das 10h às 17h, na Praça da Luz, em São Paulo. R$ 3 e R$ 6.
Informações: www.centenariorubembraga.com.br.
Grandes do rap
Eles explodiram na cena do rap nacional, cada um com sua carreira. Agora estão juntos no CD e DVD Criolo e Emicida ao Vivo, gravado em setembro de 2012 e lançado agora em julho. Os dois dividem o palco em 18 faixas, entre as quais os sucessos Triunfo e Rua Augusta, de Emicida, e Não Existe Amor em SP, Grajauex e Lion Man, de Criolo. Mano Brown, dos Racionais MC’s, participa em Capítulo 4, Versículo 3 e Vida Loka I. Evandro Fióti e Rodrigo Campos também estão no disco, que foi produzido pela Oloko Records, pelo Laboratório Fantasma e por Paula Lavigne. O CD pode ser baixado gratuitamente pelo site www.dvdcrioloemicida.com. Nas lojas, o álbum custa R$ 19 e o DVD, R$ 24.