Curta essa dica

Da exposição do neto de Freud às aventuras de Mouzar Benedito

Trabalhando à noite Os quadros explicam A mostra Lucian Freud: Corpos e Rostos, que fica em cartaz até 13 de outubro no Museu de Arte de São Paulo (Masp), apresenta […]

Trabalhando à noite

Os quadros explicam

A mostra Lucian Freud: Corpos e Rostos, que fica em cartaz até 13 de outubro no Museu de Arte de São Paulo (Masp), apresenta gravuras, pinturas e fotos do artista alemão naturalizado inglês e neto do “pai da psicanálise”, Sigmund Freud. A exposição traz obras de dois períodos marcantes de sua carreira: as gravuras experimentais que fez na década de 1940; e a partir da década de 1980, quando produziu, com água-forte, uma sequência de retratos considerada extraordinária, que o projetou como um dos grandes nomes da arte do pós-Guerra. Podem ser vistas ainda 28 fotos de David Dawson, assistente, amigo e fotógrafo de Lucian, que apresentam uma visão única da vida e do artista em seu ateliê. Na Avenida Paulista, 1.578, de terça a domingo e nos feriados, das 10h às 18h; e até 20h às quintas. R$ 15, R$ 7 (meia) e grátis às terças-feiras.

 

Eu quero ser ‘musgueiro’

RBAGilberto Gil
bem perto

Foi o que Gilberto Passos Gil Moreira disse à mãe quando tinha pouco mais de 2 anos. Aos 10, quando ela perguntou se ele ainda queria ser ‘musgueiro’ e ele respondeu que sim, veio logo a resposta: “Então você vai para a escola, você vai estudar. O que você quer? Você quer uma sanfona? Você gosta de Luiz Gonzaga?” Histórias como essa fazem parte do livro que Gilberto Gil e a jornalista Regina Zappa acabam de lançar pela Editora Nova Fronteira. O nome Gilberto Bem Perto (400 pág., R$ 59) é uma referência à música Giló, que Rita Lee canta no álbum Refestança, gravada ao vivo em 1977. A infância no sertão da Bahia, a prisão, o exílio, os festivais, a política, o bisavô escravo, quatro casamentos, oito filhos. Da época no Ministério da Cultura, conta sua rotina e as polêmicas, como a questão dos direitos autorais e o apoio ao Creative Commons. Enfim, a razão e o coração de Gil estão no livro, assim como muitas fotos de seu arquivo pessoal e depoimentos de amigos como Hermano Vianna, Fernanda Torres, José Miguel Wisnik, Jorge Mautner e a própria Rita.

 

Palavra animada

Palavra animadaA dupla dinâmica Sandra Peres e Paulo Tatit, mais conhecida pela criançada como Palavra Cantada, lançou o DVD Pauleco e Sandreca, com dez clipes feitos com animação. Tem inéditas – como Músicos e Dançarinos – e famosas como Rato, que ganhou uma nova versão em que Maria Gadú é a Lua; Ana Cañas, a Nuvem; Wanderléa é a Brisa; Zélia Duncan, a Parede; e Paulo e Sandra, o Rato e a Rata. Releituras deram outra cara para O Leãozinho, de Caetano Veloso, e O Vira, dos Secos e Molhados. Também fazem parte do DVD Ciranda dos Bichos, Eu Sou um Bebezinho, Menina Moleca, Bicicleta, Pomar e Quando Eu Era um Peixinho. R$ 30, em média.

 

Simone e Clarice

ClariceCom mais de 20 anos de carreira, indicação ao Grammy e parcerias com nomes de peso da MPB, a cantora, compositora, instrumentista e arranjadora Simone Guimarães lançou seu décimo disco. Clarice tem participação especial de Miúcha, Paulo Jobim, Danilo Caymmi e Ana de Hollanda e é uma homenagem à escritora Clarice Lispector. Entre as 14 faixas, além de composições próprias, há músicas de Milton Nascimento – padrinho musical de Simone – e Márcio Borges (Vera Cruz), Guilherme Arantes (Muito Diferente) e do trio Bia Paes Leme, Bena Lobo e Dudu Falcão (Raio de Luar). Vendas pelo e-mail [email protected] R$ 20.

 

Um detetive nada convencional

Um detetive nada convencional“Well, well, well…” Os casos emblemáticos do detetive Bill Ferrer estão de volta em mais um livro da eslovena Saphira Mind, com tradução e adaptação de Mouzar Benedito. O Detector de Mentiras e outras Histórias é o quarto volume da série do detetive gringófilo que tem uma agência em um prédio decadente na Baixada do Glicério, em São Paulo. Seu assistente, Aderbal Vasconcelos, está sempre com o salário atrasado, adora jurubeba e há tempos está a fim da prima Creodete. Nada de Sherlock Holmes ou Agatha Christie. O que o leitor encontra no livro são os métodos controversos de um detetive heterodoxo, diante de casos complexos e bizarros.
O livro (Editora Limiar, 192 pág., R$ 29) tem quatro capítulos: em O detector de mentiras, Ferrer tem de descobrir quem assassinou o contador em sua própria sala; “Na hora H” é uma trama que envolve policiais corruptos suspeitos de queima de arquivo; “A morte de um brega” é sobre o assassinato do dono de uma loja de sapatos no Brás; e “Maldita escritora” narra a investigação que Aderbal decidiu fazer sobre a própria Saphira. Nesse episódio, a relação do tradutor com a autora é posta em xeque.
Mouzar (supostamente) e ela se conheceram em uma editora que publicava revistas femininas para as quais ela fazia horóscopos bem diferentes dos que se veem por aí. Eram previsões da pesada. Um dia ela enjoou de tudo e se mudou para uma cabana na Serra da Mantiqueira. Como ela cresceu no Brasil, seu português é perfeito e, teoricamente, não precisaria de tradutor. O próprio Ferrer tem lá suas desconfianças sobre essa parceria que rendeu outros três livros: Ferrer, Bill Ferrer (Boitempo Editorial), Os Tentáculos do Polvo e outras Histórias e Chuchu com Machadadas e outras Histórias (Editora Limiar). Todos de Saphira Mind, com Mouzar de tradutor. E alguém já viu Mouzar falando esloveno pelos bares da Vila Madalena?