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A delicada acidez no disco de estreia de Marina Melo

Álbum 'Apocalipse' traz temas sociais e íntimos. Confira também exposições sobre conflitos na América Latina em SP e sobre o imaginário carioca, e documentário 'Paratodos', sobre atletas paralímpicos

Divulgação

Soft Apocalipse tem letras inteligentes e bem-humoradas. Pode ser baixado gratuitamente

O disco de estreia da cantora e autora Marina Melo, Soft Apocalipse, traz 13 canções que misturam temas sociais a íntimos. A paulistana de 25 anos passeia por diferentes estilos a partir de letras inteligentes e bem-humoradas. O álbum tem produção musical de Gabriel Serapicos e participação especial de Zeca Baleiro em Adultos. Compostana semana de lançamento da campanha #primeiroassédio, a faixa Laura trata sobre um tema áspero: “A Julia não se importa de sentir pavor/ A Maira não notou que a infância entortou/ A Natasha nem sentiu quando foi estuprada e a Laura nunca lembra que foi morta…/ Quando você rasga uma, você rasga todas nós”, diz a letra.

Soft Apocalipse pode ser baixado gratuitamente no site www.marinamelo.com.br e ouvido nas plataformas digitais SoundCloud, Spotify, Deezer, no Google Play e no canal da cantora no YouTube.

América Latina em foco

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Foto de Manuel Bidermanas com intervenção de Marcelo Brodsky

A mostra coletiva ArquivoEx Machina: Identidade e Conflito na América Latina, em cartaz até 7 de agosto no Itaú Cultural, em São Paulo, reúne fotografias de arquivo de países latino-americanos. Criminalidade, revoltas populares, escravidão, extermínio indígena e repressão política são alguns dos temas das imagens que compõem a exposição. Cabanagem, de André Penteado; A Boa Aparência, de Eustáquio Neves; Bajo Sospecha: Aqui Todos Somos Suspeitos, do chileno Bernardo Oyarzún; Operação Condor, de João Pina; entre outras fotografias, trazem à tona e ressignificam acontecimentos que, não raro, ficam no fundo das gavetas e nos porões da história. De terça a sexta-feira, das 9h às 20h, sábados, domingos e feriados, das 11h às 20h, na Avenida Paulista, 149, em São Paulo. Mais informações: (11) 2168-1777. Grátis.

Alta performance

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Jogador Rocardinho é um dos personagens retratado no filme

O documentário Paratodos, de Marcelo Mesquita, acompanha o cotidiano de quatro equipes de atletas paralímpicos brasileiros. Dos treinamentos às competições, o longa-metragem mostra o dia a dia de esportistas de alta performance como o nadador Daniel Dias, a velocista Teresinha Guilhermina e o jogador de futebol Ricardinho, entre outros. Mais do que tratar da superação e da quebra de barreiras, o filme sai do lugar-comum ao abordar também questões pessoais como autoestima, perfeccionismo e o companheirismo. Paratodos estreou nos cinemas no fim de junho e está em exibição em escolas públicas de todo o país com o objetivo de fortalecer o diálogo sobre educação inclusiva e acessibilidade. Para a exibição em instituições de ensino, basta que o responsável preencha um formulário no site www.taturanamobi.com.br.

Capa_Cabo_de_guerra.jpgPonte para o passado

Um homem sem convicções se transforma em agente infiltrado durante a ditadura brasileira. Quarenta anos depois, durante três dias ele relembra seus fantasmas, sua vida sem paixão nem culpa, suas visões e contradições e faz um acerto de contas com a própria existência. O novo romance de Ivone Benedetti, Cabo de Guerra (Editora Boitempo, 304 págs.) apresenta a história de uma figura anônima que entrou sem querer numa guerra que não lhe dizia respeito e da qual não fez nada para sair: era como se o agente infiltrado fosse regido pelo “controle remoto” do regime. O livro reconstrói pontes entre o sombrio passado do país e o presente. R$ 54.

Imaginário carioca

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Cinara da Serrinha, por Ana Stewart (2003)

A alma carioca está em cartaz no Museu de Arte do Rio (MAR) até 9 de outubro. Com curadoria de Paulo Herkenhoff apoiada por Milton Guran, a mostra Linguagens do Corpo Carioca [A Vertigem do Rio] expõe em 800 obras toda a essência dos moradores do Rio de Janeiro. Entre os artistas que compõem a mostra estão Candido Portinari, Cecília Meireles, Di Cavalcanti, Evandro Teixeira, J.R. Ripper, Juca Martins, Luciana Whitaker, Marcel Gautherot, Nair Benedicto, Pierre Verger, Thomas Farkas, Walter Carvalho Ana Stewart e muitos outros. Juntas, as obras discutem a identidade social do carioca e apresentam o rico imaginário da Cidade Maravilhosa: o mar, a camaradagem, a segregação social, o samba, as comunidades, as muldidões no Maracanã, as manifestações políticas, as belezas, a violência, a melancolia… De terça a domingo, das 10h às 17h, na Praça Mauá, 5, Rio. Informações: (21) 3031-2741. R$ 5 e R$ 10.

Medos de Elise

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Ilustração de Sussane Straber

Era uma vez uma mulher que tinha muito medo de aranha, de gente, de árvore, de tudo. Elise vivia sozinha e assim pretendia ficar, até que um dia um aviãozinho entrou pela sua janela e acabou com sua paz. A mulher ficou em dúvida se deveria receber um estranho ou ignorá-lo e manter tudo como estava. O livro A Visita (Cia. Das Letrinhas, 40 págs.), da autora alemã Antje Damm, faz com que as crianças reflitam sobre como às vezes basta apenas abrir uma porta para que grandes transformações aconteçam. R$ 35.