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Mortes pela covid-19 no Brasil passam de 58 mil. Reabertura começa a ser questionada

No dia em que o número oficial de infectados chega a 1.368.195, pesquisa aponta que maioria da população desaprova reabertura

Mário Oliveira – SEMCOM
Mário Oliveira – SEMCOM
Em Manaus (foto), ruas cheias. Alguns ignoram até mesmo o uso da máscara

São Paulo – Balanço consolidado no fim da tarde desta segunda-feira (29) pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) informa que foram registrados 24.052 novos casos de infecção pelo novo coronavírus nas últimas 24 horas. Com isso, o país soma 1.368.195 infectados desde o início da pandemia, em março. A entidade registrou também 692 novos óbitos, levando o Brasil a 58.314 mortes pela covid-19.

As notificações sobre a doença referentes aos fins de semana faz com o balanço das segundas-feiras seja mais baixo que a média do restante da semana, já que um número menor de trabalhadores da saúde estão em atividade durante sábados e domingos. A distorção tende a ser corrigida no dia seguinte, já incluindo os números represados. A subnotificação deve ser considerada como realidade no país e é apontada por cientistas e reconhecida até por autoridades sanitárias do próprio governo.

Conass/reprodução

O estado mais afetado pela covid-19 é São Paulo, com 275.145 casos e 14.398 mortos. Depois vêm o Rio de Janeiro, com 111.883 doentes e 9.848 mortos, Ceará (com 108.225 e 6.076, respectivamente), Pará (101.207 e 4.870), Maranhão (78.696 e 2.012)e Amazonas (69.893 e 2.792).

O Brasil segue como epicentro da pandemia do novo coronavírus, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). O país é o segundo mais afetado pelo vírus, atrás apenas dos Estados Unidos, que somam mais de 2,6 milhões de infectados e já passam de 127 mil mortos.

Fim do isolamento

O Brasil foi um dos países que adotaram menos medidas protetivas com os cidadãos. O governo Bolsonaro ignorou a pandemia, e segue desprezando o risco representado pelo coronavírus e as mortes de cidadãos, tendo promovido aglomerações em diversas situações.

A curva epidemiológica do Brasil nunca registrou queda desde o início a chegada do coronavírus ao território nacional. Por um momento, a pandemia deixou de avançar com velocidade registrada anteriormente. A OMS chegou a reconhecer a redução no ritmo, mas recomendou cautela e a manutenção do isolamento. Entretanto, não foi ouvida.

Os estados que baixaram medidas – brandas – de isolamento social agora decretam seu afrouxamento. Epidemiologistas acreditam, porém, que o fim do isolamento social nesse momento é precoce e deve fazer com que os números de casos e mortes aumentem nas próximas semanas.

Em estados como São Paulo, o comércio e as ruas estão em franca atividade, e os shoppings estão abertos. Após o início do processo de reabertura decretado pelo governo João Doria (PSDB), dia 11, o estado passou a registrar recorde no número de casos e mortos.

Em Manaus, ruas lotadas e pessoas sem máscaras demonstram que a população local vive uma sensação de segurança que pode ser um engano. Outro exemplo: o Rio de Janeiro já marcou data para retornar com público em estádios de futebol.

Pesquisa

De acordo com pesquisa Datafolha divulgada hoje (29), a maioria dos brasileiros é contra a reabertura precoce do comércio e vê piora na pandemia nos próximos dias. Para 65% dos entrevistados, o cenário está se agravando no país. Para 28%, está melhorando, enquanto 3% não sabem e 4% dizem estar na mesma. Mais de 70% das mulheres e dos jovens acreditam na piora da crise sanitária.

Outra questão levantada foi a ação dos governos. Para 54%, o país não fez o necessário para evitar o contágio e reduzir o número de mortos. Outros 19% acreditam que nada poderia ser feito, 5% não sabe e 23% creem que o possível foi feito. Dos que acreditam que o trabalho foi bem feito, ampla parcela declarou voto em Jair Bolsonaro.

Edição: Fábio M. Michel


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