Precoce e desastroso

Em 15 dias, números da covid-19 mostrarão impacto da reabertura em São Paulo

Embora São Paulo seja o estado com os piores números em relação à pandemia, governador João Doria antecipou funcionamento de academias de ginástica e outros eventos

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Doria anuncia antecipação da reabertura de academias, junto com bares, restaurantes e salões de beleza. “Não imagino uma forma segura para estes estabelecimentos atuarem", avalia médico

São Paulo – Médico da saúde da família, Aristoteles Cardona avalia que não é totalmente segura a reabertura de bares, restaurantes, academias e salões de belezas na cidade de São Paulo prevista para segunda-feira (6). “É preocupante (a reabertura) porque os números (de casos e mortes por coronavírus) ainda estão crescendo. Provavelmente nos próximos 15 dias sentiremos o impacto disso – neste período, poderemos ver um número de casos e mortes que não esperávamos para o momento”, comenta.

São Paulo vai para a fase amarela da abertura. Saiba como vai funcionar

Ontem (3), o prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), anunciou que estes serviços poderão reabrir com 40% da capacidade, segundo os protocolos de segurança, como a triagem rápida diária dos funcionários, o funcionamento até às 17h e a instrução do uso de máscaras dentro de bares e restaurantes, sendo retiradas apenas nos momentos de alimentação. Já salões de beleza devem funcionar por até seis horas por dia, também com 40% da capacidade.

Assegurar que os consumidores e trabalhadores estarão protegidos nestes casos é uma situação complexa, segundo Cardona. “Em bares e restaurantes você vai estar bebendo, conversando, comendo. Além dos garçons e garçonetes que estarão trabalhando. Não consigo imaginar uma forma realmente segura para estes estabelecimentos atuarem”, pontua.

Fase amarela

Embora São Paulo seja o estado com maior número de casos (310.702) e mortes (15.694), o governador João Doria (PSDB) incluiu o funcionamento de academias de ginástica e eventos na chamada fase amarela da reabertura, o que também é um fator de atenção, de acordo com Cardona.

“Esses serviços não são essenciais e essa reabertura é muito arriscada. Seria preciso buscar outras maneiras de manter a economia se movimentando. Academias, por exemplo, representam aglomerações de pessoas emitindo gotículas de saliva, de suor, é muito preocupante”, conclui.

Doria ignora recorde de novos casos de covid-19 e afrouxa quarentena em São Paulo

O Brasil é o segundo país do mundo em números absolutos de coronavírus, entre infectados e mortos. Ontem, os óbitos oficiais por causa do coronavírus chegam a 63.174. Entre quinta (02) e sexta-feira (03) foram registrados 1.290 casos fatais. No Rio de Janeiro, segundo estado com maior número de registros, a capital foi autorizada a reabrir bares e restaurantes na última quinta-feira (02).

Redação Brasil de Fato: Vitória Rocha – Edição RBA: Fábio M. Michel


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