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Epicentro da covid-19 no mundo, Brasil está perto de 68 mil mortes

Pandemia segue descontrolada no país. Em um dia, foram resitrados 44.571 novos infectados. Desde o início do surto, país soma 67.964 mortos

Governo do Estado de São Paulo
Governo do Estado de São Paulo
A ciência avança, mas ainda não existe vacina eficaz contra o novo coronavírus

São Paulo – A pandemia de covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus, segue descontrolada no Brasil, que registrou mais 1.223 mortes e 44.571 novos casos nas últimas 24 horas, segundo boletim divulgado no início da noite desta quarta-feira (08) pelo Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde).

Desde o início do surto no país, em meados de março, já são 67.964 vidas brasileiras ceifadas e um total 1.713.160 doentes. Tais números, entretanto, não refletem a realidade. De acordo com as autoridades médicas e sanitárias, existe uma ampla subnotificação no Brasil. O fato é reconhecido, tanto pela comunidade acadêmica, como por autoridades locais.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil é o epicentro da pandemia no mundo; o que já dura mais de um mês. Em números globais, o país é o segundo mais afetado; atrás apenas dos Estados Unidos. Entretanto, o Brasil é um dos países que menos realiza testes da doença, o que maquia os dados.

Dados consolidados pelo Comitê Nacional de Secretários de Saúde (Conass)

No epicentro

Localmente, o Brasil possui mais infectados e mortos do que todos os países da América Latina somados. Todas as estatísticas da pandemia no país revelam o descaso das autoridades no trato da mais grave crise sanitária do mundo em 100 anos. O país não faz o rastreio dos contatos entre infectados, o que seria o recomendado pelo consenso científico internacional.

Mesmo após o descontrole da pandemia, pouco fizeram as autoridades locais. Enquanto o governo federal, de Jair Bolsonaro, desdenhou, desde o início, do vírus, os governadores e prefeitos, inicialmente, tomaram atitudes mínimas de controle sanitário. Entretanto, ao menor sinal de estabilidade da pandemia, o que se viu foi a naturalização das mortes.

Em junho, a OMS reconheceu a redução da velocidade na dispersão do vírus no Brasil, o que fez com que governadores e prefeitos relaxassem medidas de isolamento social. Tal relaxamento foi, por várias vezes, criticado por instituições nacionais e internacionais de controle epidemiológico.

A abertura precoce, em poucas semanas, mostrou o resultado. Enquanto países europeus e asiáticos esperam uma segunda onda da pandemia, após uma reabertura mais cadenciada e responsável, após a queda da curva epidemiológica, o Brasil se precipita. Isso faz com que o país não deixe os altos números de mortos. Epidemiologistas defendem que, caso o vírus tivesse sido tratado com seriedade, o país já estaria de saída de sua fase mais aguda; e com milhares de vidas poupadas.

Pior cenário

No Brasil, o estado mais afetado é São Paulo. Com 341.365 infectados e 67.964 mortos, o estado tem impacto mais de cinco vezes maior do que o segundo, Ceará, com 128.471. O Ceará, vale a notação, é o estado brasileiro que mais realiza testes.

Mesmo assim, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), insiste em afrouxar medidas de relaxamento no isolamento social. No início desta semana, juristas entraram acionaram órgãos competentes contra as ações de Doria. O governador chegou a liberar shoppings e até o retorno do futebol, assim como o Rio de Janeiro.

Estados mais afetados pela covid-19


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