São Paulo – Os meios de comunicação de massa utilizam estratégias conjuntas para expor o caso do chamado mensalão com o objetivo de comover a sociedade e influenciar no sentido da acusação. Essa é a avaliação do sociólogo e jornalista Laurindo Leal Filho, o Lalo, professor aposentado da Escola de Comunicações e Artes da USP, ao apontar que todos os destaques dados pela imprensa são sempre pelo lado da incriminação, ou seja, de que houve um movimento de compra de votos no Congresso Nacional.

“A grande mídia omite a possibilidade e os dados da defesa”, disse Lalo. Sobre a crítica de que a mídia tem feito o papel da oposição, ele ressaltou que isso havia sido dito pela presidenta da Associação Nacional de Jornais, Judith Brito, entidade que reúne a mídia impressa tradicional no Brasil.

Segundo Lalo, com a oposição política debilitada e com a popularidade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da presidenta Dilma Rousseff sempre em níveis altos, a imprensa massiva buscou esse instrumento para exercer o papel de oposição com maior força. “Com a comoção do povo, querem criar mecanismos para influenciar os ministros que vão votar no Supremo Tribunal Federal”, disse.

Para o sociólogo, desde o início do governo Lula, a grande imprensa já havia assumido a sua parceria conjunta. “Esse é o exemplo de como se distorce uma cobertura midiática e a coloca a favor de um determinado interesse e grupo”, disse.

Ouça a reportagem de Terlânia Bruno, da Rádio Brasil Atual