crise nas montadoras

Na Volks de Taubaté, 250 entram em férias coletivas; na GM de São José, continua a greve

Além disso, a Ford colocou 420 funcionários em regime de banco de horas por tempo indeterminado, até que a produção volte ao normal na fábrica de São Bernardo do Campo, no ABC paulista

sindmetalsjc/divulgação

Trabalhadores da GM decidiram entrar em greve na sexta-feira (20) contra 800 demissões anunciadas

São Paulo – A Volkswagen concedeu férias coletivas de 20 dias a 250 funcionários a partir de hoje (23) em Taubaté, no interior de São Paulo, e suspendeu a produção no terceiro turno na unidade, ajustando os empregados nos demais turnos, com o objetivo é ajustar a produção à demanda de mercado. Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté e Região, as férias já estavam acertadas. Desde o final do ano passado, a entidade negociava a continuidade dos três turnos de trabalho na planta, mas a empresa alegava que os 850 carros/dia poderiam ser produzidos em apenas dois turnos. A produção anterior era de 1.300 unidades diárias. Ficou acertado que não haveria demissões, mesmo com a alegação da empresa de 400 trabalhadores excedentes.

O acordo mantém os direitos dos trabalhadores e o direito ao reajuste salarial de 8%, fechado em 2012, com validade até 2016. A montadora poderá colocar mais 150 funcionários em férias.

GM São José

Na General Motors (GM), em São José dos Campos, no interior paulista, a greve continua. A paralisação começou sexta-feira (20), em protesto contra 800 demissões. Os trabalhadores permanecem na fábrica, mas de braços cruzados. O sindicato local e a montadora reúnem-se amanhã (24), às 15h30, no Tribunal Regional do Trabalho 15ª Região (TRT), em Campinas, para audiência de conciliação. Na última reunião, a GM propôs a abertura de um novo lay-off (suspensão no contrato de trabalho) por dois meses para 798 trabalhadores, e depois a demissão de todos.

“O sindicato concorda com a realização do lay-off desde que haja garantia de estabilidade para todos os trabalhadores, ou seja, desde que não ocorra nenhuma demissão. Como a GM se recusa a conceder a estabilidade, chegou-se ao impasse”, diz o sindicato, em nota.

“Não há qualquer hipótese de aceitarmos demissões na fábrica. Desde sexta-feira, o sindicato colocou-se à disposição da empresa para continuar negociando, mas até agora a GM não se manifestou. A única saída para garantir o emprego é a greve”, disse o presidente do sindicato, Antônio Ferreira de Barros, o Macapá.

Segundo a entidade, com a greve 300 veículos deixam de ser montados por dia. A GM tem 5,2 mil empregados na unidade, onde produz S10 e Trailblazer, além de motores, transmissões e CKD.

Ford

A Ford anunciou na sexta-feira (20) que 420 trabalhadores na unidade de São Bernardo do Campo, no ABC paulista, entram em regime de banco de horas a partir de hoje por tempo indeterminado.

De acordo com nota divulgada pela empresa, a medida serve para “adequar o volume de produção à atual realidade do mercado”, sendo reduzida a produção de caminhões de 17 unidades montadas por hora para 14 unidades, além do setor de automóveis de 55 unidades por hora para 44 carros por hora.

Com informações da Agência Brasil e ABCD Maior


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