campanha salarial

Metroviários de São Paulo ameaçam entrar em greve na próxima terça-feira

Categoria aprovou paralisação em mobilização por reajuste salarial, contra a privatização do Metrô e a reforma da previdência do governo Bolsonaro

Paulo Ianone/Metroviários

Categoria decidiu pela greve após diretoria do Metrô demonstrar intransigência na negociação da campanha salarial

São Paulo – Os trabalhadores da Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô) aprovaram greve para a próxima terça-feira (30). Em assembleia na noite de ontem (25), na sede do Sindicato dos Metroviários de São Paulo, a categoria rechaçou a proposta da empresa , que nega todas as reivindicações, propondo apenas a reposição da inflação. Além disso, o Metrô quer reduzir em R$ 40 milhões por ano o investimento no plano de saúde próprio – o Metrus – e não quer discutir a participação nos resultados, deixando indefinidos os valores e as datas de pagamento.

A categoria reivindica reajuste salarial de 4,32%, mais aumento real (acima da inflação) de 19,1% para repor as perdas dos últimos anos, aumento igual para o vale-refeição e vale-alimentação de R$ 726. Eles também pedem equiparação salarial, para sanar problemas de defasagem. “Quando os funcionários são promovidos, não recebem o salário do piso da função e levam um ano para atingir o piso, ou seja, ganham menos do que a função de origem”, explica o sindicato. A empresa Os metroviários marcaram nova assembleia para segunda-feira (29), às 18h30, no sindicato, para organizar o movimento.

Os trabalhadores estão em estado de greve há uma semana, utilizando coletes com mensagens sobre a campanha salarial, contra a privatização do Metrô e o projeto de reforma da previdência proposto pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL). Eles estão realizando atividades nas estações, dialogando com os passageiros e coletando assinaturas de um abaixo assinado contra a reforma. A direção do Metrô tem tentado intimidar os trabalhadores, ameaçando de punição pelo uso do colete, pois a ação teria “fim político e descaracteriza o uniforme”.

“Sabemos que estão com essa atitude porque um dos dizeres é contra a reforma da previdência, e a população está dando total apoio ao movimento, inclusive muitos pediram para também usarem nosso colete e, conseguimos colher milhares de assinaturas dos usuários contra a reforma da previdência em apenas 4 dias”, destacam os metroviários.