Pandemia

Com crise neoliberal, sindicatos lutam por direitos no ‘home office’ e com renda mínima

Trabalhadores atuam contra precarização e exploração. Acordo já prevê o direito à desconexão

IndustriALL / Senge-PR
IndustriALL / Senge-PR
Sanches e Monzane: defesa de direitos enfrenta a realidade da pandemia, com o home office e a necessidade de renda mínima

São Paulo – A pandemia do novo coronavírus expôs problemas da sociedade que até então estiveram acobertados. Mas o que se revela a partir dessa crise sanitária mundial é que a política econômica de muitos países causa mais desigualdade que prosperidade.

Este período tem mostrado que as empresas não são capazes de proteger os trabalhadores sem ajuda do Estado, revelando assim a ineficiência do modelo neoliberal. Na linha de frente de defesa dos trabalhadores, os sindicatos têm se empenhado no combate à precarização nas relações de trabalho, ainda mais agressiva na pandemia, como mostra reportagem de Jô Miyagui, na edição desta segunda-feira (27), do Seu Jornal, na TVT.

O novo coronavírus acelerou as mudanças nas relações de trabalho em todo o mundo. Alterações como o distanciamento físico, melhores condições higiênicas e trabalho remoto tornaram-se importantes medidas protetivas. Os sindicatos em todos os setores da economia estão atentos à segurança do trabalhador.

“Nós estamos em 140 países e 14 setores produtivos. Entre esses setores, vários são dos serviços essenciais, que nunca param. Para continuar trabalhando, tiveram que implementar medidas. E foi uma batalha para muitos sindicatos, para poder fazer com que as empresas implementassem essas medidas”, afirma o secretário-geral do IndustriALL, Valter Sanches.

O trabalho de casa, o chamado home office, foi uma medida emergencial de distanciamento social para evitar a contaminação. Mas deve se tornar definitivo para boa parte dos empregados. O teletrabalho não é novidade, e até parece uma situação interessante para muitos, mas causa preocupação aos sindicatos.

“Agora temos que discutir como o trabalhador pode ser desconectado. Nós assinamos um acordo com a Telefônica, que se chama Direito de Desconexão, que permite ao trabalhador em determinado momento deixar de responder e-mail, ou responder pelo trabalho. Ele tem direito a isso”, afirma o secretário regional da UNI Américas, Márcio Monzane.

Empregos ameaçados

A Organização Internacional do Trabalho (OIT) estima que a pandemia possa acabar com cerca de 400 milhões de empregos. Para que tanta gente não fique desassistida, agora e no futuro, cresce a simpatia mundial pela renda mínima universal e a taxação das grandes fortunas.

“O conjunto dos sindicatos globais reúne cerca de 250 milhões de trabalhadores em todo mundo. Nós estamos mandando uma carta para os países do G20, que terão reunião proximamente. A proposta é a proteção básica universal, que é alguma forma de renda, em que as instituições financiamento internacional, como FMI e Banco Mundial, e outros bancos de desenvolvimento regional, pudessem colocar recursos para garantir uma renda mínima”, diz Sanches.

Confira a reportagem:


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