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Latam pressiona por redução definitiva de salários e ameaça demitir em massa

Reportagem da CUT-SP revela pressão por redução de salários na Latam, mesmo após a pandemia. Caso trabalhadores rejeitem, há rumores de demissões em massa

Jorge Araujo/Fotos Publicas
Jorge Araujo/Fotos Publicas
Empresa difere de outras companhias nacionais que diminuíram os salários dos seus funcionários apenas durante o período de pandemia

São Paulo – A companhia aérea Latam estuda reduzir permanente dos salários de seus funcionários. Em caso de resistência, há rumores de que a empresa optaria sumariamente pela demissão em massa. As informações são do portal da CUT-SP, em reportagem de Rafael Silva.

O corte de pessoal pode atingir 2,7 mil trabalhadores, caso eles não aceitem a redução permanente nos vencimentos. A atitude da empresa difere de outras companhias nacionais – Gol e Azul – que diminuíram os salários dos seus funcionários apenas enquanto durar a pandemia de covid-19.

“Tripulantes da companhia aérea, que não quiserem se identificar para não sofrerem represálias, disseram que a empresa chegou a falar em 2,7 mil dispensas caso a proposta não seja aceita imediatamente”, afirma a reportagem. Os trabalhadores se queixam da forma como estão sendo tratados, já que, no início da pandemia, aceitaram a licença não remunerada solicitada pela empresa, sob alegação de equilíbrio de contas.

Novo acordo

A categoria, representada pelo Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA), prevê a realização de assembleia nesta sexta-feira (31). Os trabalhadores devem decidir se negociam mudanças definitivas nas remunerações no novo acordo coletivo, que será construído com mediação do Tribunal Superior do Trabalho (TST).

A empresa pretende impor o corte de salários e benefícios até 2021, assim como feito pelas demais empresas do setor. Entretanto, além disso, a Latam pressiona por um novo acordo, a partir de 2022, com corte definitivo de até 60% nos salários e benefícios. A companhia alega que suas operações são mais internacionais que as concorrentes, o que modificaria os termos das negociações com os funcionários.

“A empresa quer a todo custo suprimir benefícios e reduzir nosso salário de forma permanente para resolver um problema (coronavírus) que é temporário (…) Se aceitamos a proposta oportunista e ultrajante da empresa, mantemos nossos empregos, mas degradamos a categoria para sempre. Se seguimos negando qualquer alteração permanente, corremos o risco de ser demitidos. É uma escolha difícil de ser tomada”, disse um comissário para a CUT-SP.


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