Nesta quarta

Centrais fazem ato em São Paulo contra volta às aulas ‘precipitada’

Na capital paulista, mobilizações das centrais “em defesa da vida” têm início hoje (5), com protesto na Câmara Municipal, que vota protocolo para retomada das aulas elaborado sem participação dos trabalhadores setor

Sindsep-SP
Sindsep-SP
Douglas Izzo destaca que assim como em São Paulo, governadores e prefeitos que falam em retomada das aulas serão lembrados ao lado do governo Bolsonaro por descaso com a vida da população

São Paulo – Na preparação para o Dia Nacional da Luta em Defesa da Vida e dos Empregos, na próxima sexta-feira (7), sindicatos de São Paulo protestam hoje (5), a partir das 14h, em frente à Câmara Municipal, no centro da capital paulista. O Sindicato dos Servidores Municipais (Sindsep) e entidades que atuam pelos trabalhadores da educação fazem buzinaço contra o Projeto de Lei (PL) 452/2020, que estabelece protocolos para a volta às aulas presenciais, mesmo ante o quadro da pandemia de coronavírus.

O PL deve passar por uma segunda votação nesta tarde. A expectativa das entidades é evitar que ele seja aprovado. O ato foi confirmado pelo presidente da CUT São Paulo, Douglas Izzo, como parte da agenda para esta sexta, dia de ‘luto e luta’. Em entrevista à Rádio Brasil Atual, ele ressaltou que, sob o argumento da volta às aulas, o projeto aproveita para “privatizar” a educação. “Ele aumenta o número de trabalhadores temporários e compra vagas na educação infantil para contabilizá-las como recurso de desenvolvimento do ensino”, adverte. 

De acordo com o presidente da CUT-SP, o protocolo em votação é resultado de uma consulta que não ouviu os trabalhadores da educação. “É um protocolo que não se aplica, porque quem construiu ele não conhece a realidade da escola pública, que não tem sabão, papel higiênico. Assim como não tem máscara e álcool em gel. Ou funcionários para medir a temperatura de aluno em aluno e acompanhar a aplicação dos protocolos”, afirmou ao jornalista Glauco Faria.

Governo “a favor” da pandemia

Na sexta, dia nacional de protesto pelo descaso do governo Bolsonaro diante da pandemia, governadores e prefeitos que anunciam a retomada das aulas em plena pandemia de covid-19 também serão lembrados. Na cidade e no estado de São Paulo, diversas categorias profissionais vão paralisar suas atividades. Está prevista ainda uma curta passeata na capital paulista, a partir das 17h. A concentração sairá do Sindicato dos Trabalhadores Públicos da Saúde (SindsaúdeSP), em direção ao quarteirão próximo onde está a Secretaria Estadual de Saúde, no bairro Cerqueira César, região central da cidade.

Ao longo do dia, a CUT São Paulo também realizará lives e fará transmissão on-line dos protestos pelo país. Ações nas periferias também estão marcadas em todo o estado em defesa dos empregos e em memória dos quase 100 mil brasileiros já mortos pela covid-19. “É uma situação difícil e muito em função do desgoverno federal, que deveria articular com os governos municipais e estaduais para combater a pandemia. E o governo Bolsonaro faz justamente o contrário, parece boicotar qualquer tentativa que seja razoável de combate à pandemia”, critica Douglas Izzo. 

Os atos desta sexta estão sendo organizados pela centrais sindicais, juntamente com as frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo.

Confira a entrevista


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