a partir da 0h

Sindicato confirma greve de ônibus em São Paulo nesta quarta

Sindicato dos Motoristas sinalizou acordo com a proposta patronal de reajuste salarial (3,60%), mas pressiona por mais direitos e benefícios

Fernando Frazão/Agência Brasil
Fernando Frazão/Agência Brasil
Mesmo com greve, TRT2 determinou 100% do efetivo de ônibus em horários de pico

São Paulo – O Sindicato dos Motoristas (Sindmotoristas) confirmou a realização de greve dos ônibus municipais a partir da 0h desta quarta-feira (3) em São Paulo. A categoria decidiu pela paralisação em assembleia na última sexta (28), e confirmou a decisão nesta terça (2). Cerca de 5 mil trabalhadores votaram pela greve, por unanimidade.

Ao longo do dia, ocorreram duas reuniões entre os trabalhadores e o sindicato patronal. Na última delas, as empresas apresentaram uma nova proposta de reajuste salarial (de 3,60%), mas não houve acordo.

Na audiência, o SindMotoristas indicou estar de acordo com a proposta salarial, mas ressaltou a necessidade de avançar em outras reivindicações. A principal reivindicação dos trabalhadores é o reajuste salarial de 3,69%, além de um aumento real de 5% e a reposição das perdas salariais causadas pela pandemia.

A pauta da categoria incluiu ainda jornada de trabalho de 6h30 trabalhadas e 30 minutos de intervalo remunerado; ticket refeição mensal no valor diário de R$ 38; cesta básica sem a palavra “similar”; seguro de vida de 10 salários mínimos para o motorista e de 5% sobre o valor vigente para os demais trabalhadores e participação nos lucros e resultados. Os motoristas estão em campanha salarial há mais de um mês.

Liminar

Ao mesmo tempo, o Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (TRT2) concedeu uma liminar determinando que, caso a paralisação ocorra, deve haver 100% do efetivo de ônibus em operação durante os horários de pico e 50% nos demais períodos. Em caso de descumprimento, o TRT2 determinou a aplicação de multa de R$ 100 mil tanto em relação ao Sindmotoristas (trabalhadores) quanto ao SPUrbanuss (patronal).

Além disso, a SPUrbanuss atacou a decisão dos trabalhadores. Em nota, o sindicato patronal se disse “incrédulo” com a decretação da greve. E afirmou que a paralisação “é um desrespeito à Justiça ou uma forma descabida de pressionar o TRT”.

Já a prefeitura da São Paulo, também em nota, informou que apresentou um pedido de liminar para garantir 80% da frota circulando nos demais períodos, além do 100% do efetivo em horário de pico. O TRT2, no entanto, ainda não deliberou sobre a demanda do Executivo municipal.